quinta-feira, 13 de novembro de 2008
A REBELIÃO CONTRA O DEUS DA BÍBLIA
A REBELIÃO CONTRA O DEUS DA BÍBLIA.
LIÇÃO 07-CPAD –16/11/2008. Autor: Osvarela
EXÓRDIO:
Daniel.5. 25.ss: “Mene, mene, tequel, ufarsim”:Estas palavras aramaicas, talvez sejam, em toda a Bíblia Sagrada uma das maiores demonstrações do resultado da açãoSuserana do Deus da Bíblia, contra todo que se Rebela contra o DEUS DA BÍBLIA e a Sua Vontade Divina. E se imagina, que pode estar acima de todos, e até mesmo, fora da ação da Soberania e o Julgamento de Deus [Sl.139. 8: Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.].ao lado restos do palácio de Nabucodonosor
Usei o texto para demonstrar que a semente que originou a REBELIÃO CONTRA DEUS, continuou a agir no coração dos homens - o Orgulho – basta qualquer pequena porção de poder muitos tem sido condenados por esta palavra.Todos os que se levantam, querendo ocupar, o lugar do Todo-Poderoso Deus da Bíblia estão fadados a serem pesados na Sua Justa Balança, pois somente Ele tem poder para medir toda as criaturas nos céus e na Terra.Sonda corações e mentes as trevas e o dia para Ele são a mesma coisa.
TEMÁTICA:
É este o foco do grande tema desta semana.
Nestas últimas lições temos sido prodigamente orientados pelo Espírito Santo, através do Pr. Elinaldo Renovato de Lima, com temas que nos fazem entender um pouco da profunda distância entre o Deus da Bíblia e suas criaturas.
1- Temas como:
Livre-arbítrio;
Intervenção de Deus;
Comando divino do futuro; nos fizeram melhores cristãos e mais próximos da realidade divina, se é que assim, podemos definir.
Mas ao mesmo tempo estamos entendendo mais da grandeza do Deus da Bíblia.
Muito embora, Ele esteja próximo daqueles que o buscam e distante daqueles que não crêem N’Ele e, portanto, biblicamente, se autodistanciam de Deus, pois a premissa é: para crer que Ele exista [resistir a sua existência], devemos nos aproximar D’Ele.
Retomando o raciocínio do parágrafo supra, há muito que entender sobre o assunto.
Há bloqueios de costumes, o que tem impedido muitos, que estão ensinando as lições não atingirem o alvo, mas, creio que até ao final deste trimestre todos nós estaremos envolvidos na profundeza do temário do Trimestre.
Há uma mentalidade de enquadrar Deus, à extensão do pensamento humano e muito daquilo que culturalmente está impregnado em nossas mentes pela cultura e tradição de nossa colonização, mas nós temos a Mente de Cristo [I Co.2. 16: Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.] e somos moradas – Templos – do Espírito Santo, que conhece as profundezas de Deus, pois é Ele que como Deus, pode esquadrinhar as profundezas divinas, e um pouco disto nos está sendo revelado domingo após domingo, com estas lições.
I Co. 2. 9…As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. 10 Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus.11 Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. 12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus;13 as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais.
O Apóstolo Paulo nos ensina a estarmos arraigados, robustecidos no tônus do nosso homem interior, para que possamos entender as dimensões da Graça divina, através de Cristo.
Efésios 3. 14: Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, 15 do qual toda família nos céus e na terra toma o nome,16 para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;17 que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor,18 possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus.20 Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos,
I - A Hermenêutica bíblica tem por anos, discutido a questão desta possibilidade de alguém se rebelar contra Deus.
No Protoevangelho anunciado por Deus, no livro de Gênesis capítulo 3 e versículo 15, fica claro que houve uma Rebelião de um ser contra as verdades proclamadas pelo próprio Criador a Adão e Eva.
Num momento de duplo entendimento, encontramos:
Uma alimária, criação de Deus, que m tese deveria obedecer ao homem como seu ordenador [GÊNESIS 1. 26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os ..., sobre os animais domésticos..., e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra...Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou...Deus os abençoou e lhes disse...enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre...sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. Cap. 3.1: Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito.], sob a ação de um ser rebelde, é usada, como porta-voz da mensagem da Rebeldia contra Deus, para com nossa mãe
Eva.
Em outro trecho bíblico, encontramos a explicação sobre as características daquele Ser enganador [satanás.que O Livro da Revelação, O Apocalipse diz no capítulo 12 e versículo 9: "E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele....Quando o dragão se viu precipitado na terra, perseguiu a mulher."
II – Discurso Principal:
A Rebelião contra Deus é um tema, que foi muito bem inserido no contexto desta lição, pois ele se enquadra dentro da questão de sabermos as grandes e profundas qualidades divinas D'O DEUS, como diz Esdras.
Em termos de conhecimento teológico global, deve-se estudar à luz da: Soberania absoluta, Poder absoluto, e todos os demais atributos, desde os mais comumente estudados na teologia básica, tais como:Onisciência, Onipresença e Onipotência, que por si só, já revelam o Domínio de Deus. Mas, podemos avançar até aos mais amplos, como: Imcompressibilidade de Deus, Imutabilidade, Infinitude, Perfeição Absoluta, Eternidade, Veracidade de Deus, Imensidade, Santidade, a Justiça de Deus [Este atributo relaciona-se estreitamente com o da santidade de Deus. Pastor Russel Shedd fala da justiça de Deus como "um modo de Sua santidade"], até chegarmos A ausência de um antônimo de Deus [entenda: Quando, por exemplo, alguns dos defensores do movimento sobre maldição ou quebra de Maldição, falam de Satanás como se fosse um poder independente, autônomo e livre para fazer o mal neste mundo, está indiretamente entrando na área que trata dos decretos de Deus e da sua maneira de governar o mundo, e definitivamente satanás é um ser criado por Deus com as limitações hierárquicas angelicais com as quais foi criado e não pode ultrapassa-las, ele não tem poder criador!]
Em termos do conhecimento teológico global, o assunto não pertence a uma área somente.
Quando falamos da polêmica e muita das vezes não compreendida:
a-REBELIÃO CONTRA O DEUS DA BÍBLIA, estamos tratando de uma área da enciclopédia teológica.
Se tivermos uma boa compreensão dos princípios e fundamentos que orientam a Teologia, poderemos mais facilmente entender tudo o que está envolvido neste importante assunto.
Quando dizemos polêmico, é que nos dias atuais, discute-se em algumas áreas, da ‘alta’ Teologia, de forma polêmica, esta questão:
b-Qual a extensão da ação de Deus na vida do homem, no futuro, e a discussão do livre arbítrio?
Da mesma forma, ao estudarmos o assunto “A Rebelião contra o Deus da Bíblia“, temos que nos deter sobre princípios teológicos que devem partir de um Padrão que o homem deve cumprir obedecer de maneira epistemológica, isto é com conhecimento.
Este padrão nos vem através da Revelação de Deus pelos seus atributos contidos e revelados no Seu Livro – A Bíblia Sagrada – dos quais o Apóstolo Paulo nos fala em seu primeiro capítulo da Epístola aos Romanos.
Por isto declarei acima que há, ainda algumas dificuldades de entendimento, mas podemos alcançar maior entendimento na Oração e na busca da Revelação pelo Espírito Santo.
c-Toda rebelião tem necessariamente um Agente deflagrador da mesma ou um Chefe:
Ne.9. 16: Eles, porém, os nossos pais…antes endureceram a cerviz e, na sua Rebeldia, levantaram um chefe
d-O Agente do Mal e sua ação:
Quando, por exemplo, alguns falam de Satanás como se fosse um poder independente, autônomo e livre para fazer o mal neste mundo, está indiretamente entrando na área que trata dos decretos de Deus e da sua maneira de governar o mundo.
Ainda, quando alguns revelam possuir, informações extra bíblicas, sobre o mundo invisível dos anjos e demônios – como por exemplo, o nome de determinados demônios e os locais geográficos onde supostamente habitam – está entrando na epistemologia, ou teoria do conhecimento.
Essa área trata do modo pelo qual conhecemos as coisas ao nosso redor, inclusive o acesso humano ao conhecimento.
II Co.10. 5: derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo;
III - Descrevendo a Rebelião segundo o próprio Livro do Deus do Livro:
Procurei entender o que é Rebelião contra Deus e seus efeitos, com definições da própria Palavra de Deus e encontrei algumas das muitas definições daquele e à aquele que se rebela contra Deus.
a-É como feitiçaria e produz rejeição de Deus:
I Sm.15.23: Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação [ou de feitiçaria], e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.
b-É acrescentado além do pecado natural cometido por alguém:
Job 34. 37: Porque ao seu pecado acrescenta a rebelião; entre nós bate as palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.
Daniel 9..5: pecamos e cometemos iniqüidades, procedemos impíamente, e Fomos Rebeldes, apartando-nos dos teus preceitos e das tuas ordenanças.
c-É uma transgressão contra Deus, quando damos ouvidos à voz da rebelião:
Isaías 59. 13: Transgredimos, e negamos o Senhor, e nos desviamos de seguir após o nosso Deus; falamos a opressão e a rebelião, concebemos e proferimos do coração palavras de falsidade.
d-Leva a morte.
Jr.28. 16: Este ano morrerás, porque pregaste rebelião contra o Senhor.
e-Impede de ver os bens do Senhor, na terra dos viventes.
Nm.20.24: Arão…não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, porquanto fostes rebeldes contra a minha palavra no tocante às águas de Meribá.
f-Tem seu nome riscado no meio do povo de Deus:
Jr.28. 16: Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra. Este ano morrerás, porque pregaste rebelião contra o Senhor. 32 portanto assim diz o Senhor: Eis que castigarei a Semaías, o neelamita, e a sua descendência; ele não terá varão que habite entre este povo, nem verá ele o bem que hei de fazer ao meu povo, diz o Senhor, porque pregou rebelião contra o Senhor.
g-Até sacerdotes podem sofrer com a rebeldia:
Nm.20.24: Arão será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, porquanto fostes rebeldes contra a minha palavra no tocante às águas de Meribá.
I Rs.13. 26: Quando o profeta que o fizera voltar do caminho ouviu isto, disse: É o homem de Deus, que foi rebelde à palavra do Senhor; por isso o Senhor o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o Senhor lhe dissera.
Mas por outro lado não ser rebelde a Deus traz vitórias para o fiel:
Nm.14.9: Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e não temais o povo desta terra, porquanto são eles nosso pão. Retirou-se deles a sua defesa, e o Senhor está conosco; não os temais.
IV - Como combater a rebelião:
Ex.23.21: Anda apercebido diante dele, e ouve a sua voz; não sejas rebelde contra ele, porque não perdoará a tua rebeldia; pois nele está o meu nome.
A - O foco:
‘Grande será o regozijo dos santos naquele dia em que o Senhor irá vindicar a sua majestade, exercer o Seu domínio formidável, magnificar a Sua justiça, e derribar os orgulhosos rebeldes que ousaram desafiá-lo.’ Pr.Prof. João Alves dos Santos. Ou seja, havemos de ver, quão terrível será a condenação daqueles que se rebelaram contra Deus.
Uma vez observada a origem da Rebelião é necessário estabelecer uma co-relação entre a Rebelião, suas causas e a manifestação de Deus sobre tal ato, que digo, não é uma ação apenas humana, mas também acontecida entre as hostes divinas, através de Lúcifer.
O mais intrínseco da Rebelião é o querer desordenado de realizar, atos ao seu bel-prazer, seja, entre os seres criados na esfera divina, seja, entre nós, os homens, algo infelizmente, iniciado desde o nosso pai Adão.
A rebeldia é um agente contaminador e vem atuando desde a época do Éden e se estendeu até mesmo entre o povo de Deus – Israel – de tal forma que Moisés sabedor disto deixou nas suas últimas palavras no seu quinto Livro do Pentateuco, o Livro de Deuteronômio, as seguintes palavras:
Dt.31.27: Porque conheço a vossa rebeldia e a vossa dura cerviz; eis que, vivendo eu ainda hoje convosco, rebeldes fostes contra o Senhor; e quanto mais depois da minha morte!
Mas, esta passagem nos mostra que um homem de Deus, mesmo sendo contrariado, em alguns momentos, e tendo a Unção divina, consegue mitigar, a quase, irresistível e contumaz rebeldia natural de uma Nação, sob a ação de Deus e pode interceder por eles.
Graças à Deus, que em nossos dias, Jesus Cristo é o Libertador e Sumo Sacerdote que intercede por nós, quando caímos neste laço e ainda nos mandou um “allos” Consolador – O Espírito Santo, que nos guia em toda a Verdade.
Necessário se faz entender como Deus age antes e depois do ato da rebeldia ou rebelião.
Primeiro, quando enumerei acima, alguns atributos Teontológicos, vemos que nele estão inferidos:
a-Justiça perfeita
Juízo em função desta justiça divina, incluída:
“A ira de Deus pode ser definida como “a justa indignação, cólera ou vingança que Deus exercita contra o pecado”.
O que é o pecado, se não Rebelião contra a vontade de Deus?
A ira de Deus é sua eterna ojeriza por toda injustiça.
b-Santidade absoluta:
Deus é o padrão de Santidade:
“O Deus da Bíblia é inerentemente, independentemente, infinitamente e imutavelmente santo. Como tal, Ele não é sujeito a qualquer padrão externo e objetivo de santidade, mas Ele mesmo é o padrão de Santidade.”
c-Soberania de Deus:
E entre os homens, como estudamos em lição passada [entre eles atributos comunicáveis de Deus: como santidade, bondade, amor...]:
d-Livre Arbítrio – vontade própria
e-Obediência
f-Mandato de ordenação - … domine ele sobre os…
g-Santificação –
Antigo Testamento:
Lv. 11. 7 Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus.
Novo Testamento:
I Pe.1.15: mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento;Quando o homem perde estes valores ele está no mesmo caminho de Adão e procura esconder-se de Deus.
O homem reluta em meditar na ira de Deus, se nós começarmos pensar, quando formos praticar algo, que é Rebeldia, contra a vontade de Deus teremos uma forma de quantificar, até que ponto os nossos corações reagem à Sua influência, seja a Influência Benéfica da Sua vontade.
A - A Ira de Deus é uma perfeição do caráter divino sobre a qual precisamos meditar com freqüência.
Diz o pastor João Alves Titular da cadeira acadêmica de Teontologia:”Cada um de nós precisa vigiar o mais possível em oração contra o perigo de criar em nossa mente uma imagem de Deus segundo o modelo das nossas inclinações pecaminosas. Desde há muito o Senhor lamentou: “… pensavas que (Eu) era como tu”(Sl.50:21).”
Definitivamente creiamos e pensemos nisto: Deus não é como nós, Ele não tolera Rebeldia contra a Sua Vontade.
Lembro-me que Paulo anuncia a Timóteo sobre este tempo:nII Tm.3. 1.ss: Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder.
V - A Rebeldia nos dias contemporâneos:
No Antigo testamento:
Ex.23.21: Anda apercebido diante dele, e ouve a sua voz; não sejas rebelde contra ele, porque não perdoará a tua rebeldia; pois nele está o meu nome.
No Novo testamento:
João3. 4: Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia. Na versão da Bíblia digital – cortesia Tio Sam.
VI- A bondade de Deus para com Suas criaturas em geral.
Esta pode ser definida como a perfeição de Deus que O leva a tratar benévola e generosamente todas as Suas criaturas, de tal forma, que a extensão de seu amor levou Jesus – O Unigênito – à cruz do Calvário.
Rebelde
Rebelião
Grego:
“Rebelião” no grego é “parapikrasmos”.
“Un primer tema relacionado con el endurecimiento del corazón en Heb. 3. 1-4. 12 es la rebelión (gr. parapikrasmos, lit. “amargura”, «exacerbación», «exasperación»; véase Heb. 3. 8; de ahí, “Altercado” (BL);«encono»; “Querella” (BJ); “rebelión” o “provocación” del pueblo creyente ante Dios.” Trecho em espanhol.
Ao procurarmos a etimologia da palavra no grego, veremos que a raiz da palavra ‘pikos’, nos conduz a uma inferência desta raiz, que significa “amargo”.
Por isto mesmo é que precisamos nos tornar leitores da Palavra do Deus da Bíblia que é “doce como mel” e dizer: “achando as tuas palavras logo as comi”.
VII - Origem da Palavra:
Hebraico:
MARAI, hebraico: levantado pelo Senhor ou rebelião.
MARAIOTE, hebraico: rebelde.
MERATAIM, hebraico: dupla rebelião.
MEREDE, hebraico: rebelião.
a-Definindo a Palavra:
Rebelião é um estado de revolta contra uma situação dominada por outrem. Pode-se entender que alguém submisso se revolte contra as condições que vive ou de domínio de alguém superior.
Mas, a rebelião contra o Deus da Bíblia foi a rebelião tipificada, não pela condição do Governo Divino, que é um governo de Amor, mas pela tentativa, gerada pelo ciúme e orgulho de um ser que queria ser o que é impossível a todos: ser igual a Deus e sentar-se em seu Trono.
Is.14.13: E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; 14 subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
A minha Glória a outro não darei!
A- A Rebelião tem algumas características:
1-É sub-reptícia
2-É aglutinadora
3-É interna
4-É como uma onda, é crescente.
Torna a criatura de Deus esquecida, das bênçãos e a faz perder a audição espiritual: Ne.9.16.ss: Eles, porém, os nossos pais, se houveram soberbamente e endureceram a cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos, recusando ouvir-te e não se lembrando das tuas maravilhas, que fizeste no meio deles.
5-É deformadora.
Ez.28.6.ss: portanto, assim diz o Senhor Deus: Pois que consideras o teu coração como se fora o coração de um deus….Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro…Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus..Perfeito eras nos teus caminhos, desde…que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade….o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou…Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor…eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam…os povos estão espantados de ti; chegaste a um fim horrível, e não mais existirás, por todo o sempre.
6-É enlouquecedora, isto é, tira as faculdades de pensar.
Veja o texto supra sobre Nabal, marido de Abigail, futura viúva do mesmo, e tomada como esposa por Davi.
7-É roubadora de corações, para formar um grupo contra o alvo da rebelião:
II Sm.15.6 Assim fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; desse modo Absalão furtava o coração dos homens de Israel.
8-Endurece o coração e a cerviz – endurecer: formar calo, tornar insensível.I Sm.25.3: Chamava-se o homem Nabal, e sua mulher chamava-se Abigail; era a mulher sensata e formosa; o homem porém, era duro, e maligno nas suas ações; e era da casa de Calebe. 25 Rogo-te, meu senhor, que não faças caso deste homem de Belial, a saber, Nabal; porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; 37 Sucedeu, pois, que, pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe contou essas coisas; de modo que o seu coração desfaleceu, e ele ficou como uma pedra.
Para compreendermos melhor sobre o descanso de DEUS precisamos penetrar um pouco nesses versículos que tratam da Rebelião do povo de Israel logo após o livramento da escravidão.
B - Um exemplo:
A rebelião de um povo:
A Rebelião do povo de DEUS no deserto:
A palavra “provocação” (ou rebelião) refere-se ao incidente do capítulo 15 de Êxodo versículos 22-25 e também do capítulo 17.1-7 e 32.
A palavra usada para “rebelião” no grego é “parapikrasmos”.
Essa palavra ocorre somente aqui e no versículo 15 de Hebreus 3 em todo o Novo Testamento; e vem da raiz ‘pikros’ que significa “amargo”. Mara- Ex.15.23: E chegaram a Mara, mas não podiam beber das suas águas, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara.
Ao que nos parece, aquilo que era apenas um sintoma, tornou-se um hábito a ponto de DEUS ter se indignado contra eles durante a peregrinação no deserto.
VIII - O objetivo dessa lição é nos advertir quanto a Rebelião contra DEUS.
a-O nosso coração por natureza é de pedra.
O endurecimento do nosso coração flui da intenção depravada que existe no homem adâmico que reside dentro de nós que procura dificultar a ação da Graça de DEUS.
Somente o nosso Pai Celeste com o poder da Sua Palavra pode abrandá-lo.
A inclinação do homem natural é sempre para o mal, portanto, jamais cessaremos de resistir a DEUS. Precisamos viver constantemente uma vida de renúncia na cruz de CRISTO para que esse coração rebelde não se manifeste contra DEUS.
O escritor aos Hebreus nos mostra, assim como os Israelitas no deserto perderam a oportunidade de possuir a terra de Canaã, por Rebeldia, também, nós os Cristãos poderão perder a sua herança celestial.
Massa e Meribá (Ex 17.1-7: 2 Então o povo contendeu com Moisés, dizendo: Dá-nos água para beber. Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? por que tentais ao Senhor?… 7 E deu ao lugar o nome de Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao Senhor) - esses lugares são sinônimos de “prova” e “rebelião”.
Conclusão:
Poderíamos ir muito além sobre este rico assunto.
Mas, o que fica de entendimento e crescimento ao povo de Deus nesta Lição-CPAD é que:
A Soberania de Deus já mais pode ser contestada por meio da cobiça, orgulho e adultério ou prostituição doutrinária e espiritual.
A tudo isto Deus cobrará pesadamente aos que assim procederem.
Primeiro:
Endurecendo-lhes o coração
Segundo:
Condenando-os ao distanciamento de sua Presença
Terceiro:
Tornando a vida dos que assim procedem amargamente, sem o doce sabor da sua Palavra e presença, pelo Espírito Santo.
Quarto:
Muda o padrão do certo em errado e o errado por certo:
Antigo testamento:
Isaías 5.20: Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!
Novo testamento:
Tg.3.11: Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e água amargosa? 12 Meus irmãos, pode acaso uma figueira produzir azeitonas, ou uma videira figos? Nem tampouco pode uma fonte de água salgada dar água doce.
Quinto:
Produz vergonha ao rebelde e ao povo que contende contra o Senhor:
A - Note a atualidade da rebeldia em comparação aos nossos dias:
OSÉIAS 4.1.ss:…O Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. Só prevalecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar, e o adulterar; há violências e homicídios sobre homicídios….e todo o que nela mora desfalece… os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem. Todavia ninguém contenda, ninguém repreenda; pois é contigo a minha contenda, ó sacerdote. Por isso tu tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua mãe. O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento….rejeitaste o conhecimento…eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim…te esqueceste da lei do teu Deus…Quanto mais eles se multiplicaram tanto mais contra mim pecaram: eu mudarei a sua honra em vergonha. Alimentavam-se do pecado do meu povo…como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei conforme os seus caminhos, e lhe darei a recompensa das suas obras….espírito de luxúria os enganou, e eles, prostituindo-se, abandonam o seu Deus…. Eu não castigarei vossas filhas pois o povo que não tem entendimento será transtornado.
a-No entanto, há como mudar esta Situação:
Precisamos:
b-Mudar de lugar, sair do meio da casa rebelde ou de nossa posição de rebeldia:
Ez.12.2,3: Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, e tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque é casa rebelde.Tu, pois, ó filho do homem, prepara-te os trastes para mudares para o exílio, e de dia muda à vista deles; e do teu lugar mudarás para outro lugar à vista deles; bem pode ser que reparem nisso, ainda que eles são casa rebelde.
Se nos arrependermos Ele promete:
c-Nos dar um novo coração:
Ez. 11. 19: E lhes darei um só coração, e porei dentro deles um novo espírito; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne…
d-Transformar maldição em benção:
II Rs.25. 29: Também lhe fez mudar as vestes de prisão; e ele comeu da mesa real todos os dias da sua vida.
Ex.15.25: Então clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram doces. Ali Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou.
f-Mitigar a condenação:
Nos renovar na doçura de sua Palavra:
Sl.119. 103: Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca. A Palavra de Deus é o padrão e antídoto Teológico divino contra a Rebelião.
Fonte:
Teontologia – Andrew Jumper.
Pr.Prof. João Alves dos Santos.
Bíblia digital – cortesia Tio Sam.
Bíblia Sagrada – JFA –ERC – SBB –1969.
Lição 07 – CPAD.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima.
Pastor Zico
Celebrando Deus
Dr.Prof. Pastor Augustus Nicodemus.
Pequena Enciclopédia Bíblica – O S Boyer – Editora Vida – 7ª edição
Apontamentos do autor.
Recursos Teológicos
EL ENDURECIMIENTO DEL CORAZÓN - EN SEIS TEXTOS BÍBLICOS
Una tesis presentada a La facultad de la Universidad FLET
En cumplimiento parcial de los requisitos para obtener el grado de MAESTRÍA EN ESTUDIOS TEOLÓGICOS por Juan R. Gerena Ortiz - Noviembre de 2006.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
A Soberania de Deus e o Livre-Arbítrio Humano
Leitura Bíblica em Classe
2 Co 5.14, 15, 17-21
Conclusão:
Autor deste comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima (Comentarista do 4º trimestre de 2008 de Jovens e Adultos)
A SOBERANIA DE DEUS E O LIVRE-ARBÍTRIO
Esse tópico trata do relacionamento de Deus com o homem, feito à sua imagem, conforme a sua semelhança. Nesta condição é indispensável e forçoso que o homem tenha liberdade para agir ou deixar de agir; fazer ou deixar de fazer; pensar ou deixar de pensar; ser ou não ser; ter ou não ter, dentro de suas limitações espirituais, emocionais ou físicas. Como entender a soberania de Deus que é a expressão de sua onipotência ante as ações do homem que em sua grande maioria rejeita o Criador e Salvador? Pode o homem ser realmente livre, diante do Deus onipotente? Se Deus é soberano, por que Ele não impede que o homem, em seu estado pecaminoso, cometa tantos desatinos e pecados? É o que desejamos apresentar, à guisa de respostas, com fundamento na Palavra de Deus.
1. A VONTADE SOBERANA DE DEUS
A vontade de Deus é soberana. No entanto, Ele não é arbitrário. Em seu relacionamento com o homem, apresenta duas formas de expressar sua vontade. Uma de modo absoluto, diretivo, inexorável, como expressão de sua onipotência; outra, de modo permissivo, abrindo espaço para o homem agir, segundo a liberdade que lhe é concedida desde a criação, para que o mesmo seja, ao mesmo tempo, livre, responsável e responsabilizado por suas ações.
Diz Paulo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6.7-9). Parece-nos bem claro que o homem tem liberdade para “semear”, ou seja, agir, fazer ou praticar algo, seja certo, ou errado. Assim, pode ser santo ou ímpio. O apóstolo deixa bem patente que o que semear “na carne”, ou seja, de acordo com a natureza carnal, herdada do pecado original, “ceifará corrupção”, isto é, a condenação. Não será salvo. Não porque Deus o predestinou, de modo arbitrário. Mas porque ele semeou.
Por outro lado, se o homem semear “no Espírito”, ou seja, der valor ao relacionamento espiritual com Deus, “ceifará a vida eterna”. Será salvo (Jo 3.16; 5.24). No Apocalipse, lemos: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap 3.20; grifo meu). Deus sempre permite um “se”, no seu relacionamento com o homem. Se ele quer viver com Deus, na dimensão terrena, viverá com Deus, na eternidade. Do contrário, se não quer saber de Deus, viverá eternamente longe de sua presença. É uma escolha pessoal. Um direito. E uma grande responsabilidade, com repercussões para toda a eternidade.
1) Vontade Permissiva de Deus
Por que Deus não impede que o homem faça o mal? Por que Deus permite tanta violência? Quando alguém faz o bem, mesmo sem crer em Deus, está sendo teleguiado por Ele? Seriam os homens “fantoches de Deus”, como diz certo escritor? Está em foco o livre-arbítrio concedido por Deus ao homem, para que este faça o que desejar e puder fazê-lo até mesmo o mal. Deus pode impedir o mal. Porém, pela sua vontade permissiva, faculta ao homem escolher entre o bem e o mal. Se não houvesse permissão para o mal, não haveria também liberdade concedida. Seria uma contradição.
2) A Vontade Diretiva de Deus
Quando algo é visto por Deus como uma coisa que deve ser impedida e o deseja impedir, Ele usa sua vontade diretiva: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13) “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7).
Há quem se inquiete, e indague: Por que Deus não evita o mal se Ele tem todo o poder? Diante desse dilema, entre a permissão de Deus para a existência do mal, e seu poder para evitá-lo, deve-se considerar que a longanimidade de Deus é a paciência para com os pecadores, dando-lhes oportunidade para o arrependimento. Isso faz parte de sua relação com suas criaturas. Em sua soberania, Ele pode alargar o tempo para que a humanidade tome conhecimento do seu amor, e não só de sua justiça. Não obstante a sua soberania, Ele não age de modo arbitrário sobre os homens, criados à sua imagem, conforme a sua semelhança, para serem dominadores (Gn 1.26).
IV – A SOBERANIA E OS DECRETOS DE DEUS
São também chamados de “O Conselho de Deus”, ou “o Plano de Deus”; ou ainda, “As Obras de Deus”. Refere-se aos propósitos de Deus em relação aos homens, ao universo, e a todas as coisas, e de modo especial, à salvação da humanidade. “Este aspecto pode ser dividido em 1) seus decretos 2) sua providência 3) conservação”.7 Neste tópico, não estudamos a natureza de Deus, em si, mas as suas obras, as suas ações, que constituem os seu plano divino (Ef 1.9; 3.11).
1.EM RELAÇÃO AO UNIVERSO
Segundo Brancroft:
Esse plano compreende todas as coisas que já foram ou serão; suas causas, condições, sucessões e relações, e determina sua realização certa. O Plano de Deus inclui tanto o aspecto eficaz como o aspecto permissivo da vontade de Deus. Todas as coisas estão incluídas no plano de Deus, porém algumas Ele as origina e outras Ele as permite. No aspecto eficaz do plano de Deus incluímos aqueles acontecimentos que Ele resolveu efetuar por meio de causas secundárias ou pela sua própria agência imediata. No aspecto permissivo de Deus, incluímos aqueles acontecimentos que Ele resolveu permitir que fossem efetuados por livres agentes.8
Nessa conceituação, vemos a vontade diretiva (ou decretatória), e a vontade permissiva de Deus.
Concordamos perfeitamente quanto ao decreto divino, em seus aspectos amplo e geral, em relação ao universo e às coisas criadas, bem como aos acontecimentos que ocorrem, seja por vontade diretiva, seja por vontade permissiva de Deus. A Bíblia tem inúmeras referências que corroboram esse entendimento: “Este é o conselho que foi determinado sobre toda esta terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem pois o invalidará? E a sua mão estendida está; quem, pois, a fará voltar atrás?” (Is 14.26,27) “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu. A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece. Conforme o que ordenaste, tudo se mantém até hoje; porque todas as coisas te obedecem” (Sl 119.89-91).
2. EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS, COMO AGENTES-LIVRES
Neste aspecto, desde muitos séculos, há grandes discussões teológicas sobre a intervenção de Deus na vontade do homem, segundo seu decreto, sobretudo no que tange à salvação. De um lado, há os que crêem firmemente que Deus, em sua soberania, elegeu e predestinou algumas pessoas para serem salvas, e outras, para serem condenadas. Dentre os ensinos teológicos sobre os decretos de Deus em relação aos homens, destacamos os seguintes:
2.1. CALVINISMO — PREDESTINAÇÃO ABSOLUTA
É a doutrina formulada por João Calvino (1509-1564). Teólogo protestante francês, formou-se em filosofia na Universidade de Paris. Estudou direito, mas não se dedicou à vida jurídica. Mudou-se para a Suíça, onde escreveu sua grande obra, Institutas. Sua doutrina defende a idéia da predestinação absoluta, fundamentada na soberania de Deus. O homem nada pode fazer para ser salvo; nem mesmo ter fé, pois nessa interpretação, a fé, a vontade, a decisão, e tudo o que diz respeito à salvação, depende de Deus. Pode ser resumida em cinco pontos:
(1) Total depravação. “O homem natural não tem condição de entender as coisas de Deus; Jamais poderá salvar-se, a menos que Deus lhe infunda a fé. Sua depravação faz parte de sua natureza (Jr 13.23; Rm 3.10-12; 1 Co 2.14; Ef 1.3);”
Segundo essa doutrina, nem a fé para a salvação pode o homem ter; é necessário que Deus lhe conceda.
(2) Eleição incondicional. Ensina que “Deus elegeu somente alguns para serem salvos; Cristo morreu apenas pelos eleitos” (Jo 6.65; At 13.48; Rm 8.29; Ef 1.4,5; 1 Pe 2.8,9);
Esse é um ponto fundamental da doutrina esposada por Calvino. Aceitá-la é concordar que Deus faz discriminação, ou acepção de pessoas; mais crucial ainda é aceitar que Deus elege pessoas para serem salvas, desde o ventre; enquanto predestina a maior parte, irremediavelmente, para a condenação eterna; tais assertivas, não obstante arrimarem-se em referências bíblicas, contrariam o sentido geral da Palavra de Deus, bem como contradizem de forma contundente o caráter de Deus revelado nas Escrituras.
(3) Expiação limitada (ou particular). “A salvação, ainda que para todos só é alcançada pelos eleitos” (Jo 17.6,9,10; At 20.28; Ef 5.25; Tt 3.5).
Se a eleição condicional colide com a idéia de um Deus justo, que não faz acepção de pessoas, a idéia da expiação limitada faz do sacrifício de Cristo uma encenação terrível. Se alguns já nascem, de antemão eleitos, certamente, a Bíblia deveria afirmar que Jesus viera ao mundo para salvar apenas os eleitos.
(4) Graça irresistível. “Para os eleitos, a graça é irresistível. Mesmo que pequem, serão salvos; para os não-eleitos, a graça não lhes alcança; mas agem livremente”.
Um pouco de leitura da Bíblia, confrontando passagens de seu conteúdo nos mostram que a graça de Deus se manifestou a todos os homens e não apenas a um seleto grupo de eleitos, ou predestinados.
(5) Perseverança dos salvos. Segundo Calvino, “o Espírito Santo faz com que os eleitos perseverem. Não são eles que têm a decisão de perseverar. Eles não podem perder a salvação. É impossível um eleito se perder”.
Essas são as alegações usadas pelos calvinistas para fundamentar a doutrina da predestinação absoluta.
Strong afirma que os “decretos de Deus podem ser divididos em: relativos à natureza, e aos seres morais. A estes chamamos preordenação, ou predestinação; e destes decretos sobre os seres morais há dois tipos: o decreto da eleição e o da reprovação [...]”9
A visão de Strong é calvinista. Admite que Deus predestina uns para serem salvos, queiram ou não; e outros, para a perdição eterna, queiram ou não. Parece-nos que essa doutrina contraria diversos atributos naturais de Deus, tais como o da justiça, do amor, e da bondade divinos. A Bíblia diz: “Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas” (Dt 10.17). “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas” (At 10.34). “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” (Rm 2.11).
O Deus que não faz acepção de pessoas também reprova quem o faz: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1). “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redargüidos pela lei como transgressores” (Tg 2.9). “E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas” (Ef 6.9). Assim, se Deus não faz acepção de pessoas, não podemos aceitar que alguns já nasçam predestinados para a salvação, e outros, eleitos, já nasçam predestinados para a perdição.
Strong, mesmo defendendo a predestinação, diz que “Nenhum decreto de Deus reza: “Pecarás”. Porque 1) nenhum decreto é dirigido a você; 2) nenhum decreto sobre você diz: “você fará”; 3) Deus não pode fazer pecar, ou decretar fazê-lo. Ele somente decreta criar, e Ele mesmo age, de tal modo que você queira, de sua livre escolha, cometer pecado. Deus determina sobre os seus atos prever qual será o resultado dos atos livres das suas criaturas e, deste modo, determina os resultados” (grifos meus).
Ora, se Deus “não pode fazer pecar”, mas condena pessoas desde o ventre à condenação, elas terão que pecar, para que se cumpra o decreto condenatório. Do contrário, se não pecarem, como serão condenadas? Por outro lado, se as pessoas “de sua livre escolha”, podem cometer ou não, o pecado, não vemos como harmonizar o livre-arbítrio com a doutrina da predestinação. De fato, os que defendem a predestinação absoluta negam que Deus tenha dado livre-arbítrio ao homem. Simplesmente, os homens se comportariam como se fossem marionetes do destino traçado por Deus. Nos parece que a predestinação absoluta equivale ao fatalismo dos árabes, que dizem “maktub”, “está escrito”. Sua aceitação entra em conflito com os atributos morais de Deus, de bondade, amor e justiça. Por mais que os teólogos defensores dessa doutrina argumentem, buscando embasamento bíblico, jamais poderão convencer que Deus discrimina uns em detrimento de outros, com base no caráter de Deus, revelado nas Escrituras Sagradas.
2.2. ARMINIANISMO — A PREDESTINAÇÃO RELATIVA
Doutrina pregada por Jacobus Arminius (1560-1609). Foi sucessor de Calvino, e concluiu que o teólogo francês se equivocara. Sua doutrina também pode ser resumida em cinco pontos:
(1) A predestinação de Deus é condicional (e não absoluta). “Deus escolheu baseado em sua presciência. Qualquer pessoa que crê pode ser salva” (Dt 30.19; Jo 5.40; Tg 1.14; 1 Pe 1.2; Ap 3.20).
Em todos os livros da Bíblia, percebe-se que o relacionamento de Deus com o homem exige condições; se o homem as cumpre, é abençoado; se não as cumpre, é penalizado. Se uns nascessem predestinados para a vida eterna, não adiantaria pregar o evangelho, conforme a Grande Comissão (Mc 16.15,16);
(2) A expiação é universal. “O sacrifício de Jesus foi a benefício de todos os pecadores. Mas só os que crêem nEle serão salvos” (cf. Jo 3.16; 12.32; 17.21; 1 Tm 2.3,4; 1 Jo 2.2);
Os textos bíblicos referenciados são de uma clareza cristalina, quando se referem à expiação; esta é tão profunda que tem efeito presente e até retroativo (Hb 9.15). Diz Paulo sobre Jesus: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.25; grifos meus).
(3) Livre-arbítrio. “O pecado passou a todos os homens, mas as pessoas podem crer, arrepender-se e a aceitar a Cristo como Salvador” (Is 55.7; Mt 25.41,46; Mc 9.47,48; Rm 14.10,12; 2 Co 5.10).
Como já foi exposto neste capítulo, o livre-arbítrio é condição indispensável para que seja real o fato de o homem ter sido criado conforme a imagem e a semelhança de Deus, pois um ser teleguiado, manipulado por cordões espirituais, não passaria de uma marionete do Criador.
(4) O pecador pode eficazmente rejeitar a graça de Deus. “Deus deseja salvar o pecador, e tudo provê para que ele alcance a salvação. Mas, sendo ele livre, pode rejeitar os apelos da graça” (Lc 18.23; 19.41,42; Ef 4.30; 1 Ts 5.19).
Se não houver essa condição, não existe livre-arbítrio, característica fundamental do ser criado por Deus, conforme comentário no item (3).
(5) Os crentes em Jesus podem cair da graça. Se o crente, uma vez salvo, não vigiar e orar (Mt 26.41), e não buscar a santificação (Hb 12.14; 1 Pe 1.15), poderá cair da graça e perder-se eternamente, se não tiver oportunidade de reconciliar-se com Deus. Por isso, Jesus disse que quem “perseverar até ao fim será salvo” (Mt 10.22; ver também Lc 21.36; Gl 5.4; Hb 6.6; 10.26,27; 2 Pe 2.20-22).
A doutrina arminiana nos parece coerente com o plano de Deus para os homens, como seres livres. Podem aceitar, ou podem rejeitar a graça de Deus. Só sendo livres, é que se justifica a semelhança moral do homem com seu Criador. É também, a única interpretação que se coaduna com o Ser de Deus, e seu caráter, revelado na Bíblia Sagrada. Deus dá liberdade ao homem, dentro dos limites estabelecidos em seu plano divino para toda a humanidade. A soberania de Deus impõe os limites. O livre-arbítrio concedido por Deus implica em responsabilidade do homem perante o Criador. Do contrário, Deus seria um tirano. E o homem seria seu títere.10
3. ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO — UMA ABORDAGEM COMPREENSIVA
Eleição significa “Ato de eleger; escolha, opção, preferência, predileção”.11 A doutrina calvinista entende que Deus elegeu somente um grupo de pessoas, e predestinou-as para serem salvas. É a visão da eleição e da predestinação absolutas. Os arminianos entendem que existe eleição e predestinação, sim, mas no sentido relativo. Esta visão parece-nos mais consentânea com a maneira pela qual Deus exerce sua soberania, ao mesmo tempo em que assegura a liberdade do homem.
A predestinação absoluta esbarra em sério conflito doutrinário e moral. Deus não faz acepção de pessoas, e o Deus que não faz acepção de pessoas também reprova quem o faz: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1; grifos meus). “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redargüidos pela lei como transgressores” (Tg 2.9; grifos meus); “E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas” (Ef 6.9; grifos meus). Assim, se Deus não faz acepção de pessoas, não podemos aceitar que alguns já nasçam predestinados para a perdição, e outros, eleitos, já nasçam predestinados para a salvação. Tal idéia contradiz o caráter de Deus, revelado nas Escrituras.
3.3. O SIGNIFICADO DA ELEIÇÃO (gr.eklegoe)
Há diversos e variados pontos de vista sobre o tema da eleição. No entanto, evitando as abordagens que levam às contradições entre a soberania de Deus e a liberdade do homem, entendemos que eleição é a “escolha por Deus daqueles que crêem em Cristo”. Diz a Bíblia: “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.29,30; 9.6-27; 11.5,7,28; Cl 3.12).
Isso nos leva às seguintes conclusões:
(1) Os eleitos, segundo a presciência de Deus, o são na união com Cristo. Deus “nos elegeu nele” (Ef 1.4). Antes de alguém aceitar a Cristo, a eleição não tem qualquer sentido, ou efeito;
(2) Deus nos predestinou para sermos “à imagem de seu Filho”, conhecendo-nos, como eleitos, “dantes”, isto é “antes da fundação do mundo” (Ef 1.4). Essa eleição tem sentido “profético”, só se tornando real, a partir da união com Cristo.
(3) Cristo é o Primeiro (Mt 12.18; 1 Pe 2.4). “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). Jesus foi o primogênito em tudo. Foi o “primogênito de toda a criação” (Cl 1.15). “E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1.18); “o primogênito dos mortos” (Ap 1.5).
(4) “A eleição em Cristo é em primeiro lugar coletiva, i.e., a eleição de um povo (Ef 1.4,5,7,9; 1 Pe 1.1; 2.9). Os eleitos são chamados ‘o seu [Cristo] corpo’ (Ef 1.23; 4.12), ‘minha igreja’ (Mt 16.18), ‘povo adquirido’”12 — eleito ¾ por Deus (1 Pe 2.9; grifo meu). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este se identifica e se une ao Corpo de Cristo, a Igreja verdadeira (Ef 1.22,23).
(5) O eleito pode perder a salvação. Pode cair da graça, no dizer de Armínio. Precisa perseverar até o fim (Mt 10.22); precisa vigiar e orar (Mt 26.41); precisa buscar a santificação (Hb 12.14; 1 Pe 1.15); ver também Lc 21.36; Gl 5.4; Hb 6.6; 10.26,27; 2 Pe 2.20-22). A salvação só é eterna, se o crente permanecer debaixo da graça de Deus, em comunhão com Jesus.
3.4. O SIGNIFICADO DA PREDESTINAÇÃO (gr. proorizo; lat. praedestinatione)
Predestinação tem o significado de “decidir de antemão”. Em termos bíblicos e teológicos, a predestinação está relacionada à eleição. “A eleição é a escolha feita por Deus,’em Cristo’, de um povo para si mesmo (a Igreja verdadeira). A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de Deus (todos os crentes) genuínos em Cristo”.13 Com base na Palavra de Deus, podemos discriminar dez característica dos eleitos em Cristo.
(1) Deus predestina os eleitos a serem:
(a) chamados (Rm 8.30);
(b) justificados (Rm 3.24); 8.30);
(c) glorificados (Rm 8.30);
(d) conformes à imagem do Filho (Rm 8.29);
(e) santos e irrepreensíveis (Ef 1.4);
(f) adotados como filhos (Ef 1.5);
(g) redimidos (Ef 1.7);
(h) participantes da herança, redenção, e louvor de sua glória (Ef 1.14);
(i) participantes do Espírito Santo (Ef 1.13; Gl 3.14);
(j) criados em Cristo Jesus para as boas obras (Ef 2.10).
(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de Cristo (i.e. a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quanto inclusos neste corpo mediante a fé viva em Jesus Cristo (Ef 1.5,7,13; cf. At 2.38-41; 16.31)”.14
Ninguém, à luz da Bíblia, pode arrogar-se eleito, ou assim se considerar sem, antes, ter aceitado a Cristo como Salvador, livre e conscientemente. Deus não admitiria alguém fazer parte do Corpo de Cristo sem uma decisão pessoal. Diz a Bíblia: “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos” (Jo 8.31; grifo meu). O Mestre se referia aos judeus que criam nele. Para se tornarem discípulos de Jesus, isto é, salvos, teriam de “permanecer” na sua Palavra. Vê-se claramente que a salvação, que implica em eleição, não é um direito adquirido com o nascimento. É um “poder” outorgado (Jo 1.12), a quem aceita as condições exigidas na Palavra de Deus.
3.5. PRESCIÊNCIA E PREDESTINAÇÃO
Deus já sabe quem vai ser salvo e quem vai ser perdido. Mas Ele fez os homens à sua imagem e semelhança, o que inclui, certamente, a faculdade de fazer ou deixar de fazer, ou seja, o livre-arbítrio. Chafer (note-se que ele é um teólogo calvinista), afirma que
Com relação à onisciência de Deus e as ações livres dos homens (ações contingentes, não ordenadas), vê-se que Deus os torna responsáveis pelos seus atos, e tais ações são pré-conhecidas por Ele. Se Deus for ignorante das ações futuras dos livres-agentes, não poderá haver um controle divino seguro do destino humano como garantido em cada pacto incondicional que Deus fez, e como garantido em cada profecia das Escrituras [...] A presciência divina não compele; ela meramente sabe qual será a escolha humana15 (grifo meu).
Com base nesse entendimento, poder-se-ia dizer que não é necessário Deus prever nada, pois todas as coisas acontecem diante dEle como num momento, num “eterno agora”. Diz ainda Strong que a “presciência não é em si mesmo causativa. Não dever ser confundida com a vontade pré-determinante de Deus. As ações livres não ocorrem porque são previstas, mas são previstas porque ocorrem”16 (grifo meu). Esta última citação nos dá uma idéia de como melhor podemos entender o conflito entre a presciência de Deus e a liberdade do homem em agir.
Strong afirma que
O fato de que nada há na condição presente das coisas a partir das quais as ações futuras das criaturas livres necessariamente se seguem por lei natural, não impede Deus de prever tais ações porque seu conhecimento não é mediato, mas imediato. Ele não só conhece antecipadamente os motivos que ocasionarão os atos dos homens, mas diretamente conhece os próprios atos.17
Num confronto entre as duas posições doutrinárias, a arminiana e a calvinista, ressalta-se o problema da eleição:
Ela tem sido apresentada de maneira tão extremista que faz parecer que os eleitos serão inevitavelmente salvos, sem levar em conta sua resposta ao evangelho e seu estilo de vida. Por outro lado, os escolhidos para se perderem padecerão eternamente, não obstante qualquer empenho em aproximar-se de Deus mediante a fé em Cristo.18
Em resposta à pergunta “O que é eleição?”, Thiessen diz que, no seu sentido redentivo, eleição é “o ato soberano de Deus, pela graça, através da qual Ele escolheu em Cristo Jesus, para salvação, todos aqueles que previu que o aceitariam”.19 Sobre presciência, acentua:
Devemos distinguir claramente entre a presciência de Deus e a sua predestinação. Não é certo dizer que Deus previu todas as coisas porque arbitrariamente decidiu fazer com que elas ocorressem. Deus, em sua presciência, vê os eventos futuros praticamente como vemos os passados [...] Os que foram escolhidos são aqueles que estavam em Cristo, pela sua presciência, Deus já os viu ali quando fez a escolha [...] Ele não determinou quem deveria achar-se ali, mas simplesmente os viu ali em Cristo ao elegê-los [...] Em ponto algum a Bíblia ensina que alguns são predestinados à condenação. Isto seria desnecessário, desde que todos são pecadores e estão a caminho da condenação eterna (cf. Ef 2.1-3; 12).20
Diante da controvérsia, Myer Pearlman propõe um equilíbrio na análise do assunto. Ele afirma que:
As respectivas posições fundamentais, tanto do calvinismo, como do arminianismo, são ensinadas nas escrituras. O calvinismo exalta a graça de Deus como a única fonte de salvação ¾ e assim faz a Bíblia; o arminianismo acentua a livre vontade e responsabilidade do homem ¾ e assim o faz a Bíblia. A solução prática consiste em evitar os extremos anti-bíblicos de um e de outro ponto de vista, e em evitar colocar uma idéia em aberto antagonismo com a outra [...] dar ênfase demasiada à soberania da graça de Deus na salvação pode conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm a ver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outra parte, ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação ao calvinismo, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de toda a confiança de sua salvação.21
De fato, o crente fiel não cai da graça de Deus, como dizem os calvinistas, mas “se” perseverar em obediência e santidade (Hb 3.12-14;12.14); o homem é depravado, mas, se aceitar a Cristo, é nova criatura (2 Co 5.17). A “eleição incondicional” só pode ser uma interpretação equivocada, mesmo baseando-se em textos bíblico, pois Deus não faz acepção de pessoas. O problema é que os calvinistas não admitem o livre arbítrio. Mas, sem essa condição, o homem não poderia ser imagem e semelhança de Deus.
Quanto ao arminianos, seus pontos fundamentais são aceitáveis, mas não podem ser levados ao extremo. Não é somente pelo livre-arbítrio ou pela responsabilidade pessoal que alguém pode ser salvo. Entendemos que as duas interpretações podem servir de subsídio para a doutrina da salvação, mas sem as afirmações dogmáticas, levadas ao extremo. Na salvação, tem-se a mão de Deus, por intermédio de Cristo, vindo ao encontro do homem pecador, por seu amor e sua misericórdia. Quando o homem perdido reconhece seus pecados, e sua condição de miserável espiritual, e aceita a mão de Deus em seu favor, é salvo. No entanto, quando o perdido prefere rejeitar a mão de Deus, e opta pela mão do Diabo, está perdido, e assim ficará até à morte.
Corroborando esse entendimento, vemos o que diz o Senhor, por meio do profeta Ezequiel: “Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado e fizer juízo e justiça, restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá. De todos os seus pecados com que pecou não se fará memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá” (Ez 33.14-16; grifos meus). Aí, nesse texto tão incisivo, vê-se que “o ímpio”, ou seja, o perdido, o depravado, o miserável pecador, quando ouve a advertência de Deus, por meio de sua Palavra, do evangelho de Cristo, na Nova Aliança, e se arrepende, (“e se converter”, passando a andar “nos estatutos da vida”, que é a Palavra de Deus), diz o Senhor: “Certamente viverá”, isto é, será salvo. Não se pode inferir do texto qualquer conotação de que esse “ímpio” seria um “eleito”, ou “predestinado”. É ímpio mesmo! Note-se também que não é Deus quem o converte, por sua “graça irresistível”, mas é ele próprio quem, advertido por Deus, deve “se converter do seu pecado”, e passar a andar “nos estatutos da vida”. Fazendo ele isso “certamente viverá”.
Segundo Horton se a graça de Deus é irresistível, como enfatizou Calvino,
os incrédulos pereceriam, não por não quererem corresponder, mas por não poderem. A graça de Deus não seria eficaz para eles. Nesse caso, Deus pareceria mais um soberano caprichoso que brinca com seus súditos que um Deus de amor e graça. Sua promessa: “todo aquele que quer” seria uma brincadeira de inigualável crueldade, pois Ele é quem estaria brincando. Mas o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo não brinca conosco22 (grifos meus).
“Entendemos que a interpretação arminiana é a mais consentânea com o caráter de Deus, que é ao mesmo tempo justo, soberano, bom, e que não faz acepção de pessoas”.23
É indiscutível, à luz da Bíblia, a soberania de Deus. Por outro lado, também é indiscutível à luz das Escrituras, que o homem recebeu de Deus o livre-arbítrio, para que seja responsabilizado por seus atos. Ao longo da História, observa-se que a maioria das pessoas não querem encurvar-se ante a soberania de Deus. Muitos vêem Deus como um ser distante, que criou todas as coisas, mas não se importa com suas criaturas. São os deístas. Outros, guiados pela cegueira espiritual, desacreditam na existência de Deus. São os ateístas. Por fim, há os que, em minoria, aceitam as verdades emanadas da Palavra de Deus, e não somente crêem nEle, como o adoram, e o servem “em espírito e em verdade” (Jo 4.24). São os teístas. A crença em Deus, pelos méritos de Jesus Cristo, é o único meio para que o ser humano chegue à eternidade, com a bênção da salvação. Os que o aceitam, são salvos. Os que o rejeitam, estão condenados (Jo 3.18,19). Deus não faz acepção de pessoas. Sua salvação é oferecida a todos (Jo 3.16), mas só é alcançada pelos que crêem em Jesus Cristo e o aceitam como salvador.
Notas
7 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, p.153.
8 BANCROFT, E.H. Teologia Elementar, p. 82.
9 STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática, p.525.
10 “Boneco articulado, de madeira, pano ou outro material, suspenso por fios fixados em uma trave e presos na cabeça, mãos, joelhos e pés, pelos quais o operador o movimenta; fantoche, marionete” (Dicionário Aurélio Séc. XXI).
11 Dicionário Aurélio Século XXI.
12 STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. p.1808.
13 Ibid. p.1809.
14 Ibid. p.1809 (com adaptações).
15 CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática, p.221.
16 STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática, p.426.
17 Ibid, p. 424.
18 Guy P. DUFFIELD & Natanael M. Van Cleave, Fundamentos da teologia, p. 281.
19 Ibid. p.281.
20 Ibid. p. 282.
21 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.271.
22 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, p.366,367.
23 LIMA, Elinaldo Renovato de. Apostila sobre Doutrina de Deus, p.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
O Deus da redenção - Ev. Isaías de Jesus
Introdução
A redenção é o plano de Deus para a libertação do homem. Embora já estivesse no plano de Deus desde a queda do homem, a redenção era, contudo, desconhecida, O ser humano decaído do seu estado original não podia entender ou mesmo imaginar um plano assim, de infinita graça e misericórdia da parte do Criador, ultrajado pelo pecado cometido pelo homem, de todas as criaturas a mais privilegiada, feita à imagem e semelhança do Criador (Gn 1.26), enquanto tudo o mais fora criado mediante a palavra de Deus (Hb 11.3).Não obstante o desconhecimento da redenção por parte do homem perdido estava ela planejada desde o princípio, isto é que o Filho viria para executar a obra da cruz (1 Pe1.20). A redenção é o maior acontecimento da história, pois, conquanto os demais apenas marcaram uma época e exerceram influência noutros acontecimentos terrenos, a redenção tem efeito e alcance que ultrapassam os limites do tempo, e penetram na eternidade.
I - A EXPIAÇÃO
Romanos 8:30: “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos”.A expiação é uma reconciliação de partes alienadas entre si, a restauração de um relacionamento rompido. A expiação é realizada por ressarcir os danos, apagando-se os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças cometidas.
Segundo as Escrituras, toda pessoa peca e precisa fazer expiação de suas culpas, porém faltam o poder e os recursos para isso. Temos ofendido o nosso Criador, cuja natureza é odiar o pecado = (Jr 44.4; Hc 1.13) e punir o mesmo = (Sl 5.4-6; = Rm 1.18; 2.5-9). Os que têm pecado não podem ser aceitos por Deus e não podem ter comunhão com ele, a menos que seja feita expiação. Uma vez que há pecado mesmo nas melhores ações das criaturas pecadoras, qualquer coisa que façamos na esperança de ressarcir os danos só pode aumentar a nossa culpa ou piorar a nossa situação, porque “o sacrifício dos perversos é abominável ao SENHOR” = (Pv 15.8). Não há modo de a pessoa poder estabelecer a própria justiça diante de Deus =(Jó 15.14-16; = Is 64.6; = Rm 10.2-3); isso simplesmente não pode ser feito.
Porém, contra esse fundo de desesperança humana, as Escrituras revelam a graça e a misericórdia de Deus, que, pessoalmente, providencia a expiação que o pecado torna necessária. A maravilhosa graça de Deus é o enfoque da fé bíblica; do Gênesis ao Apocalipse, a graça brilha com glória maravilhosa.Quando Deus tirou Israel do Egito, ele estabeleceu como parte do relacionamento da aliança, um sistema de sacrifícios, que tinha seu âmago no derramamento de sangue de animais “para fazer expiação por vossa alma” (Lv 17.11).Esses sacrifícios eram “típicos”, isto é, como “tipos”, prenunciavam alguma coisa melhor.Pecados eram perdoados quando os sacrifícios eram fielmente oferecidos, mas não era o sangue dos animais que apagava os pecados (Hb 10.4); era o sangue do “antítipo”, Jesus Cristo, cuja morte na cruz expiou os pecados já cometidos, bem como os pecados que seriam cometidos posteriormente (Rm 3.25-26; = 4.3-8; = Hb 9.11-15).
De acordo com o Novo Testamento, o sangue de Cristo foi derramado como sacrifício(Rm 3.25; = 5.9; = Ef 1.7; = Ap 1.15). Cristo redimiu os seu povo por meio de um resgate; sua morte foi o preço que nos livrou da culpa e da escravidão ao pecado (Rm 3.24; = Gl 4.4-5; = Cl 1.14). Na morte de Cristo, Deus nos reconciliou consigo mesmo, vencendo a sua própria hostilidade causada por nossos pecados (Rm 5.10; = 2 Co 5.18-19). A cruz aplacou Deus. Isso significa que ela aplacou a ira de Deus contra nós, expiando nossos pecados e, desse modo, removendo-os de diante de seus olhos (Rm 3.25; = Hb 2.17; = 1Jo 2.2; 4.10). A cruz produziu esse resultado porque, em seu sofrimento, Cristo assumiu nossa identidade e suportou o juízo retributivo que pesava contra nós, isto é, “a maldição da lei” (Gl 3.13).Ele sofreu como nosso substituto, com o registro condenatório de nossas transgressões pregado por Deus na sua cruz, como a lista de crimes pelos quais ele morreu (Cl 2.14; conforme Mt 27.37; = Is 53.4-6; = Lc 22.37).II. A NECESSIDADE DA REDENÇÃOExistem alguns fatores que de terminaram a necessidade moral e espiritual da redenção da raça humana.
1. A queda do gênero humano. A Bíblia aponta no seu terceiro capítulo do livro de Gênesis a triste história da queda de nossos primeiros pais, com a qual surgiu um estado de decadência, de perversão quê privou o homem da presença gloriosa de Deus e arruinou nele a sua imagem com a qual fora criado originalmente. A partir daí, já o primeiro filho de Adão fora criado à sua imagem e não à imagem de Deus (Gn 4.3). A queda foi a conseqüência natural do pecado. Pecado é mais do que crime; mais do que simples imoralidade.
2. A inabilidade do homem para redimir-se a si mesmo.Há neste mundo pecadores que desejam mudar de vida e para isso se esforçam em vão praticando boas obras o máximo que podem, procurando ter boa moral e também uma religião, não sabendo eles que o pecador não pode ajudar na sua salvação. Tudo o que ele fizer nesse sentido é em vão. Há outro tipo de pecador que devido o seu estado de torpor espiritual, é conforme diz Jd v.1O, “como brutos, sem razão”, isto é, como animais irracionais.
a. Esta incapacidade é crônica sobre todos. A Bíblia declara que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Isto revela a universalidade do pecado. E o pior é que além de ser um ato, o pecado é também um estado(Rm 6.6) em que predominam seu poder maléfico como princípio gerador da revelação contra Deus.
Somente Deus tem condições de esquadrinhar o coração humano, o qual é inerentemente enganoso e perverso (Jr 17.9,10). No tempo do profeta Miquéias já se fazia a seguinte indagação: “Com quem me apresentarei perante o Senhor, e me inclinarei ante o Deus altíssimo e virei perante Ele com holocaustos? Com bezerros de um ano”.
3. A condição do homem debaixo da lei. A Bíblia afirma que “todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer( Sl 14.3).Leia-se também Gn
6.5; = Is 1.5,6; Rm 3.9,19; = Ef 4.17-19.III. A PROVISÃO DA REDENÇÃO
A provisão da redenção da alma humana deu-se através do derramamento de sangues Foi o meio que Deus encontrou para redimir a alma humana da condenação do pecado e da perdição eterna.
1. A necessidade do sacrifício de Cristo. O decreto divino era: “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22); “Porquanto é o sangue que fará expiação pela alma”(Lv 17.11). Então, como já estava no plano divino, o sangue de Jesus foi derramado para pagar o preço da redenção. O sacrifício era necessário porque não havia outro meio pelo qual o pecador pudesse achar graça diante de Deus, estando irremediavelmente separado do Criador pelo pecado que passou a todos os homens (Rm 5.12). Uma medida se fazia urgente, e nenhum outro podia providenciá-la senão o próprio Deus.
2. Deus é o provedor da redenção. Deus mesmo proveu tudo por sua abundante graça, através da obra de Jesus Cristo, livrando-nos da morte eterna (Ef 2.5). Hoje podemos cantar, pelo efeito da redenção hino da vitória. Graças á Deus pela sua providência, livrando todo aquele que de bom grado aceita essa provisão, que é o sangue do Cordeiro de Deus derramado em nosso lugar no Gólgota, há quase 2.000 anos .Não existe na história outro acontecimento tão rico de significação para o ser humano como o da cruz do Calvário. Nem mesmo a obra da criação no Gênesis se reveste de tão extraordinário mistério e nada se iguala em demonstração do infinito amor de Deus.
3. A suma do amor de Deus. Em Rm 5.7,8, Paulo nos diz: “Poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Necessitamos “cingir os lombos” do entendimento, isto é, ter a mente constantemente preparada para entender o que Deus fez por nós, dando-nos vida e amor(2 Pe 1.3).
Ninguém até hoje soube descrever o amor de Deus demonstrado na obra da redenção. Nem mesmo alguém até hoje conseguiu interpretar as Escrituras quando elas falam desse amor. Por exemplo: Quem pode sugerir a medida do amor de Deus que se acha em João 3.16? Ou pelo menos dizer o que o Senhor Jesus estava afirmando ao apresentar as medidas desse amor com as palavras “de tal maneira”. O que realmente ocorre é que não há mente humana capaz de esgotar o assunto, nem recursos lingüísticos para se falar cabalmente do amor de Deus!
IV. O ANUNCIO DA PROMESSA DA REDENÇÃO (Sl 130.7; = Is 53.4-8)
A redenção foi anunciada com base no infinito amor de Deus (Jo 3.16). Se dependesse de uma iniciativa do homem, a redenção jamais seria concretizada. Mas aleluia! foi Deus quem tomou a iniciativa e tal se tornou possível. Diz a Bíblia:“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho. unigênito”. Por esta razão, esta é a maior proclamação para a humanidade: a vinda do Redentor (Gn 3.15).
Vivemos em época muito avançada em termos de comunicação. A imprensa falada e escrita vai caminhando a passos de gigante em seu progresso. O mundo gasta grandes fortunas diariamente para nos oferecer uma informação via satélite, microondas, telex, teletipo e outros modernos meios. Repórteres vasculham o planeta em busca de “furos de reportagem”.Porém, jamais uma notícia será mais importante do que esta: A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente. E depois, o cumprimento desta, quando Jesus disse: “Está consumado”(Gn 3.15; = Jo 19.30).
1. Foi um mistério nos tempos antigos (Ef 3.1-6). O mistério de Deus não foi conhecido nos tempos antigos. Foi grande esse mistério oculto aos homens em outros tempos, mas revelado agora aos santos (Cl 1.26). Isto quer dizer que a redenção em Cristo estava no plano divino desde os tempos antigos, e que foi cumprido no tempo oportuno: a plenitude dos tempos (Gl 4.4).
Embora só há quase 2.000 anos a crucificação de Jesus tornasse eficaz a redenção aos pecadores, o fato é que o plano divino ali executado estava já estabelecido desde a fundação do mundo. E isto, por falar à nossa maneira, pois na verdade já existia antes. Paulo escreveu: “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos”(Tt
1.2). Isto é, antes da criação do mundo, quando os tempos começaram a ser contados(Gn 1.5).
2. A esperança dos homens no passado. “Oh! se de Sião já viesse a salvação (redenção) de Israel” (Sl 53.6). Este texto denota a ansiedade do povo de Israel por uma redenção que só poderia vir de Sião, isto é, providenciada por Deus (o monte Sião, onde está edificada a cidade de Jerusalém, é figura da Jerusalém celestial, o céu, segundo Hb 12.22; = Ap 14: 1).Os homens do passado morreram na esperança do Redentor (Sl 19.14,). Jó exclamou: “Eu sei que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25). Tal esperança, portanto, manifestava-se como uma certeza absoluta. Era a esperança de alcançar a redenção por meio do Messias.Podemos imaginar a felicidade dos filhos de Israel, que viviam sob a bandeira de uma esperança messiânica, em contraste com as nações gentias: Sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. (Ef 2.12).Temos de dar glória a Jesus, porque sendo nós gentios, fomos também alcançados por sua infinita graça.
3. O pecado fora do plano de Deus. Quando Deus criou o homem o pôs no Jardim do Éden, sem pecado (Gn 1.27; 2.7). Entretanto, Satanás conseguiu enganar Eva, ocasionando sua queda, e com ela arrastando Adão (Gn 3.1-6) e toda a humanidade (Rm 5.12). Porém, embora Deus estivesse sabendo que tais fatos iriam acontecer, tendo até mesmo estabelecido o plano de redenção antes da fundação do mundo, a verdade é que o pecado-nunca foi planejado por Deus.
4. A redenção anunciada. Logo após a queda do homem, Deus prometeu a semente da mulher (Jesus Cristo), para derrotar a semente da serpente (Gn 3.15). Moisés profetizou a respeito de um profeta semelhante a ele, isto é, um profeta libertador dos escolhidos de Deus(Dt 18.15). E daí em diante, muitos profetas falaram d’Ele: “Dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu sangue” (At 10.4).É importante notarmos que a anunciação imediata do plano divino de redenção do pecador indica duas coisas:
a) Que Deus tem uma sabedoria infinita, apresentando para um problema tão grave uma solução tão rápida;
b) Que Deus já estava com o plano preparado e não precisou traçá-lo para dar a solução para o problema. Uma destas verdades seria suficiente para nos explicar o caso. Mas, a verdade é que ambas as afirmações são verdadeiras.
V. A NATUREZA DA REDENÇÃO
Redenção, como estamos abordando, é no original um termo técnico preciso, significando o ato de libertar o escravo mediante o justo .j resgate exigido e pago. Não era apenas pagar o preço e manter o escravo para si. Era resgatar e libertar. E isso o que Jesus fez no Calvário, mas que entra em vigor quando o pecador vem a Ele, reconhecendo suas misérias, sua escravidão e aceitando-o como seu Redentor.
1. A redenção é eterna (Hb 9.15). E eterna porque foi concedida por Deus desde tempos imemoriais (1 Pe 1.18-20); é eterna porque sua validade nunca terá fim.
2. A redenção é graciosa (Rm 3.24). Todo o preço foi integralmente satisfeito por Jesus Cristo. Deste modo Ele se instituiu em nosso perfeito Redentor, o qual foi morto, ressuscitou e vive para todo o sempre (Ap 1.5,18).
3. A redenção é real (Cl 1.14). 1 Paulo afirma: “no qual temos a redenção”. Trata-se de uma redenção efetiva, experimental e pessoal. 2 Quem a possui, sabe que a porque ela é sentida e vivida, a Deus.
4. A redenção é caríssima ( Sl 49.8). Eliú falou a Jó a respeito grandeza do resgate(Jó 36.18). Quanto mais incalculável é a grandeza do resgate efetuado pelo Cordeiro de Deus!
5. A redenção é fruto da promessa divina. Ao longo da Escritura encontramos promessas e profecias assegurando a redenção d’ alma humana. Eis apenas algum; citações: Gn 3.15; = Dt 18.15; = Sl 132.11; = Is 9.6; = Jr 33.14,15.VI. O PREÇO DA REDENÇÃO (1 Co 6.20; At 20.28)
Não foi com ouro ou prata, mas com o sangue de Jesus que Deus nos resgatou(1 Pe 1.18). O ouro e a prata são, desde a antiguidade, usados para pagamento de uma transação. Eram usados como moeda corrente. Também- o ouro era símbolo da divindade; e a prata, de valor menor, fala-nos da redenção (Lv 5.15; 27.3).
O preço estipulado em prata para a redenção não passava de um símbolo. Jesus, que pagou o preço de nossa redenção, foi vendido pelo traidor por trinta moedas de prata (Mt 26.14-16). O profeta Zacarias havia profetizado dizendo: “E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor, pois, me disse: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor” (Zc 11.12,13).
1. A redenção é pelo sangue de Cristo. O valor da redenção foi superior ao do ouro ou da prata, como vimos acima, e superior ao sangue de Abel (Hb 12.24). Quem, pois, poderia calcular o valor desse sangue? Ele é capaz de comprar almas cujo valor individual excede o valor do mundo inteiro (Mt 16.26).Nos hospitais, o sangue humano é tido em alto preço, porque, com ele, vidas podem ser salvas. Cinco ou mais doadores cedem do seu sangue para salvar uma vida. Mas, graças a Deus, o sangue de Jesus, vertido na cruz do Calvário, é oferecido de graça e sozinho tem poder para salvar todo o que nEle crer.
2. Fomos comprados por elevado preço. A Bíblia diz; “Fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6.20). De todas as tribos da terra foram compradas pessoas com o valor do sangue de Cristo(Jo 2: 2 = Ap 5:
9 ). Realmente, era necessário grande valor par efetuar tão grande resgate.
VII. A OBTENÇÃO DA REDENÇÃO
Se Deus tomasse todas as providências para salvar o pecador e de. pois estabelecesse um meio difícil para aplicar sua obra salvadora, o pecador continuaria perdido.
1. Basta crer em Cristo. Obtém-se a redenção crendo que Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos e aceitando-o como Salvador. A redenção foi efetuada por meio do sangue de Jesus, como foi visto, mas é preciso crer nEle para que a salvação tenha lugar imediatamente em nossa alma. Eis o único ato que o homem precisa cumprir para ser salvo (Jo 6.29).
2. A manifestação da graça. Graça é o amor de Deus manifesta. do em favor do pecador desvalido (Jo 1.14; = Tt 2.11). O sangue de Cristo opera a justificação do pecador, tornando-o santo (Hb 9.14). A fé é dom de Deus e opera em nós para a salvação, aplicando a obra da redenção.3. A pessoa de Jesus. O Senhor Jesus pagou o preço líquido e total da nossa redenção, que foi o seu sangue, isto é, sua vida entregue por nós no Calvário = (Mt 20.28; 26.28).Somente Ele tinha condições de realizar a nossa redenção, pois veio a este mundo sem pecado, assumiu a responsabilidade e sofreu o juízo resultante de nossos pecados (2 Co 5.21). Ele é a nossa propiciação (1 Jo 2.2).
4. O sangue de Jesus. Um evangelho sem a doutrina da redenção não é um evangelho verdadeiro. O sangue redentor de Cristo é fator único de nossa redenção, por isso satanás tanto o odeia e teme. Quando Satanás afirma e insinua que o homem pode ser salvo por suas boas obras, por uma reforma pessoal, por uma religião, por orações, etc, ele está tentando neutralizar a doutrina e a eficácia da redenção através do sangue de Cristo.
5. O sangue de Cristo liberta totalmente o homem. A libertação do pecador não foi efetuada por uma simples declaração de inocência do réu, mas porque sua culpa foi paga integralmente. Por seu sangue, Jesus comprou-nos e nos libertou da escravidão do pecado(Ap 5.9). VIII. OS
EFEITOS DA REDENÇÃO
A redenção que o Senhor Jesus nos propicia através de seu sacrifício, conduz-nos à posição de absoluta liberdade espiritual. Seus efeitos são os vários e maravilhosos.
1. Redimidos do jugo da lei. A redenção nos livra da lei do pecado e Da morte(Rm 8.1-3). Ele nos transfere uma posição de servidão, posto que estávamos debaixo do jugo da lei, e nos transporta para “o reino do Filho do Seu amor”, que quer dizer, para o centro da comunhão diuturna com Deus.
a. O preço da liberdade. Sendo purificados de todo o pecado pelo sangue de Jesus, dessa forma temos liberdade de chegar com confiança ao “trono da graça”, (Hb 4.16), isto é, na presença de Deus, sem ter de nos escondermos dele como fez Adão quando se viu naquela difícil situação de pecado diante do Criador.
2. Redimidos da vã maneira de viver (1 Pe 1.18, 19). Nossa vida anterior era uma vida louca, insensata, desordenada e infrutífera.
3. Redimidos do pecado e da morte. O autor da carta aos Hebreus declara que Jesus Cristo em sua morte aniquilou aquele que tinha o império da morte, Satanás (Hb 2.14). Além disso, livrou a todos aqueles que viviam para sempre sujeitos à servidão (Hb 2.15). Portanto, a Sua morte foi uma morte redentora, isto é, Ele morreu em nosso lugar. Amém
CONCLUSÂO
Ler Ap. 5: 9 – 10 - Redenção é, portanto, a essência da salvação. Significa que fomos comprados para Deus, como o texto de Ap. 5.9-10 já nos mostrou.Como conseqüência ética da nossa redenção, devemos reconhecer que somos o santuário do Espírito Santo e não mais escravos de alguém nem mesmos donos de nossa vida (1 Co 6.19-20). Neste texto, “corpos” é o grego soma, que designa mais que a estrutura física. É o âmago do ser, da pessoa, seu centro volitivo e afetivo. Cristo fez a redenção de todo o nosso ser, para sermos do Senhor. Pensemos em 1 João 4.4 e
5.19. Somos do Senhor. Gloria, Aleluia. Amém
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MSEvangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)4° Trimestre 2008 - Tema: 3º Lição – O Deus da RedençãoBibliografia:-Bíblia de Estudo Pentecostal Edição 1995Bíblia de estudo Genebra 2 Edição 1993http://www.ibcamui.org.brLições Biblica CPAD 1983Lições Biblica CPAD 1985Teologia Sistemática – Stanley M. Horton
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Lição 02 - O Deus que se comunica com o homem
Sl 29.1-10
Introdução:
I. A comunicação direta
II. Efeitos da Queda
III. Deus comunica-se com o homem
IV. A comunicação pela revelação
Conclusão:
Autor deste comentário: Esdras Costa Bentho. Autor das obras Hermenêutica Fácil e Descomplicada e a Família no Antigo Testamento: história e sociologia, ambos da CPAD.
Título deste subsídio: A Revelação e a Comunicação de Deus aos homens
Palavras-chaves: Revelação; Comunicação divina
Definição da doutrina
A doutrina da Comunicação de Deus aos homens é amplamente confirmada nas páginas das Sagradas Escrituras. Este ensino subordina-se a um outro: o da Revelação de Deus aos homens. A doutrina da Revelação de Deus aos homens trata da manifestação que Deus faz de si e de sua vontade aos homens (Am 3.7).
Necessidade da doutrina
A doutrina da Revelação de Deus aos homens não é apenas necessária como também plausível. Dois fatores tornam essa doutrina indispensável: o implícito e explícito.
a) Implícito: O fator implícito diz respeito ao que Deus é em sua natureza incomunicável, transcendente, infinita, incapaz de ser conhecida pela razão, cognoscibilidade ou aferimentos humanos (Jo 1.18; 1 Tm 6.16). Em diversas perícopes as Sagradas Escrituras afirmam a incapacidade humana em conhecer a Deus em sua plenitude e glória: Ele habita em "luz inacessível" (1 Tm 6.16) e "nunca foi visto por alguém" (Êx 33.20; Jo 1.18).
b) Explícito: O fator explícito refere-se à natureza finita, temporal e vulnerável do homem. O cognoscível não é capaz de apreender o Incognoscível; o finito não compreende o Infinito; o mortal está aquém do Eterno: "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento" (Is 40.28).
Definição de Revelação
a) Antigo Testamento. O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo "revelação" na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo gālâ, isto é, "descobri", "revelar", "tirar" é usado em sentido reflexivo com o significado de "desnudar-se" ou "revelar-se", como por exemplo, na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7). A Septuaginta (LXX) traduz o vocábulo na passagem citada por "epephánē", "manifestação", "aparição", ou "revelação" (epifania).
b) Novo Testamento. O grego neotestamentário emprega a palavra "apokalypsis" com o sentido de "revelar" ou "desvendar". Lucas (2.32), por exemplo, a emprega com a conotação de "tirar o véu", "revelar" – "phōs eis apokalypsin". Em seu aspecto geral ou particular, revelação sempre estará atrelada aos conceitos de "manifestar", "tornar claro", "tirar o véu", "dar a conhecer" (Rm 16.25).
Por conseguinte, a doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve a comunicação, revelação e manifestação sobrenaturais de Deus ao homem, revelando sua mensagem, propósitos e decretos.
Revelação e Teofanias
Teofania é um termo grego composto pelo substantivo "theós" e pelo verbo "phaneróō" que significa "revelar", "mostrar" ou "fazer conhecido". Teofania é o modo múltiplo, variegado, misterioso com que Deus se revela ou se manifesta ao homem. As teofanias são desdobramentos da revelação de Deus, de sua natureza, caráter e atributos de modo compreensível ao homem. As teofanias são:
a) visíveis (Gn 16.11,13; Êx 3.2-6; 19.18-20; Dn 7.9-14, etc), ou
b) audíveis (Gn 3.8; 1 Rs 19.12,13; Mt 3.17, etc).
Através dessas passagens percebemos que as teofanias, como veículos da revelação de Deus, podem ser:
a) humana (Gn 18.1,2,13,14),
b) angélica (Jz 2.1; 6.11,14), e
c) não humana (Gn 15.17; Êx 19.18-20).
Algumas dessas manifestações são, de acordo com muitos biblicistas, "cristofanias" (Jo 12.40,41).
Nas teofanias sempre é Deus quem toma a iniciativa de se auto-revelar. Essas manifestações são parciais, temporárias e não descrevem a completude da natureza divina. A única revelação permanente e completa do Pai foi realizada na Encarnação do Filho que, embora distinto do Pai, participa da mesma divindade (Jo 1.1,14-18).
Revelação Passiva e Ativa
A revelação de Deus deve ser entendida como o instrumento de imediata comunicação de Deus ao homem. Na revelação, Deus auxilia os homens a compreenderem Sua natureza e propósitos (Dt 4.29; Jr 33.3). As Escrituras demonstram vários níveis dessa comunicação, seja particular seja coletiva (Gn 2.16; 3.8,9; Gn 12.1; 15.1; 18.16; Êx 3.4; 19.3,9; 1 Sm 3.1; Is 6.1). Isto posto, a revelação proveniente e determinada por Deus é uma comunicação pessoal. O alvo final da revelação divina é que o homem venha conhecer a Deus de modo real e pessoal. Essa revelação manifesta-se bilateralmente:
Revelação ativa: É a revelação direta de Deus, enquanto Se dá a conhecer aos homens (Êx 3.1-6).
Revelação passiva: É o conhecimento de Deus que é passado de geração a geração (Dt 4.10).
A revelação passiva é o conhecimento de Deus que é comunicado aos homens através de um interlocutor, enquanto a ativa é a revelação direta de Deus ao homem, sem qualquer intermediário. Na passiva, Deus não se revela diretamente ao homem como o fez com Moisés, mas usa um intermediário (profeta, sacerdote, anjos, etc) para comunicar à sua mensagem aos seus servos.
No âmbito da revelação passiva é que encontramos a Revelação Geral de Deus (Gn 1; Sl 119; 148; Rm 1.20-23). Revelação Geral é o termo teológico que descreve uma forma de "teologia natural" (Sl 8; 19.1). Essa revelação acha-se impressa na criação. Apesar de não ser uma revelação pontifícia, como a Revelação Especial – o Logos Encarnado (Logos Theou) – e a Epistemológica (Rhema Theou), contudo, possui predicativos suficientes para que o homem conheça a Deus e o adore, bem como servirá de base para o julgamento dos ímpios (Rm 1.21-32; 2.1-8).
A Revelação Geral ocorre de duas formas distintas: uma revelação externa na criação, a qual proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus e; a revelação interna da razão e da consciência em cada indivíduo (Rm 12.16; Jo 1.9).
A teologia cristã reconhece tanto a Revelação Geral quanto a Especial, como dois modos progressivos da auto-revelação de Deus. Porém, o ápice da revelação divina ocorre através do Verbo Vivo e da Palavra Escrita (Jo 1.1,14-18; 14.8,9; Hb 1.1-3). Estas revelações são os desvendamentos que Deus faz de si mesmo aos homens de modo imediato e sobrenatural. O Logos Encarnado revelou o Pai. A Palavra escrita registrou essa revelação e o seu progresso (Hb 1.1-3; 2 Pe 1.10,21; Gl 1.12). O propósito da revelação de Deus é que o ser humano o conheça, ame-o e o adore (Is 43.7; Sl 22.22; 149.6).
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
O Deus que se comunica com os homens - Ev. Isaías de Jesus
por Isaías de Jesus
INTRODUÇÃO
DEUS SE RELACIONA PESSOALMENTE COM AS PESSOAS
O Deus que projetou os céus estrelados e que criou o universo, também busca estabelecer um relacionamento pessoal conosco. Ele teve um relacionamento pessoal com Moisés: “O Senhor falava com Moisés… como quem fala com seu amigo” (Êxodo 33: 11). Ele também deseja entrar num relacionamento pessoal com você e se tornar seu Amigo. Jesus prometeu para aqueles que O seguissem: “Vocês serão meus amigos” (João 15: 14).
Todos já nos deparamos com a idéia de que existe um Deus, pois os seres humanos são naturalmente religiosos. Nenhum animal jamais construiu um altar para adoração. Ainda assim, em todos os lugares em que você encontra homens e mulheres, você encontra culto e adoração. No profundo do coração humano há um desejo natural de adorar, uma consciência da realidade de Deus, e um desejo de se tornar amigo dEle. Quando respondemos a esse anseio e encontramos a Deus, não há mais dúvidas sobre Sua existência e nossa necessidade.
Durante a década de 1990, milhões de ateus na Rússia renunciaram ao ateísmo e buscaram a Deus. Um professor universitário em São Petesburgo afirmou algo que tipifica os comentários feitos por muitos ateus transformados da ex- União Soviética.
“Procurei o sentido da vida em minhas pesquisas científicas, mas não encontrei nada em que confiar. Os cientistas a minha volta têm o mesmo sentimento de vazio. Ao olhar para a vastidão do universo em meus estudos sobre astronomia e ao perceber o vazio da alma, senti que deve haver um sentido para tudo isso. Então, recebi a Bíblia que vocês me deram e comecei a lê-la. O vácuo de minha vida foi preenchido. Eu descobri que a Bíblia é a única fonte confiável para minha alma. Eu aceitei a Jesus como meu Salvador e encontrei a verdadeira paz e satisfação na vida”.
Um cristão crê em Deus porque ele ou ela já O encontrou e descobriu que Ele satisfaz os anseios mais profundos do coração. O Deus que os cristãos alegremente descobriram que existe, é capaz de nos dar uma nova perspectiva, um novo significado, novos motivos e novas alegrias.
Deus não promete uma vida livre de problemas e conflitos. Por outro lado, Ele nos assegura que nos guiará e nos susterá se estabelecermos um relacionamento pessoal com Ele. Milhões de cristãos podem testificar que desistiriam de tudo ao invés de voltar para uma vida sem Deus.
Essa é a coisa mais maravilhosa de todas - o Deus Todo-Poderoso que nos projetou, nos criou, e sustém o universo também deseja ter um relacionamento pessoal com cada homem e mulher, menino e menina. Davi estava maravilhado com isso quando escreveu:
“Quando contemplo os Teus céus, obras dos Teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: ‘Que é o homem para que com ele te importes?’”.Salmo 8:3, 4
Nosso Criador está “atento” a cada um de nós. Ele tem um interesse tão pessoal em você como se você fosse o único ser a quem Ele tivesse criado.
Portanto, podemos crer em Deus:
(1) Por causa da complexidade de tudo o que Ele criou em nós; (2) Por causa do desejo dentro de nós que nos deixa inquietos até que encontramos descanso nEle; e, (3) Porque quando O buscamos e O encontramos, Deus satisfaz cada necessidade e anseio que temos - abundantemente!
1 - Intimidade com Deus = Texto: Gn 18.17-21.
Introdução: Não basta ouvir falar sobre Deus (Jó 42.5), adorar sem conhecer =(João 4.22), crer sem se comprometer (João 12.42-43). Através de muitas experiências, Abraão foi conhecendo o Senhor cada vez mais.
1.1 - Obediência e relacionamento.
Abraão não apenas obedecia a Deus, mas buscava o Senhor para conhecê-lo(Gn.12.8; = 13.4; = 21.33).
Um filho distante do pai pode ser informado sobre sua vontade e pode obedecê-lo, mas Deus quer intimidade conosco (Salmo 25.14).
2- Abraão é o único a quem a bíblia chama de “amigo de Deus” (Tg.2.23).
Além de servos ou filhos, o Senhor deseja que sejamos seus amigos = (João 15.14-15).
3 - Abraão é o primeiro a quem a bíblia chama de “profeta” (Gn 20.7).
A intimidade com Deus é importante para todos os seus filhos, mas é condição imprescindível para o ministério profético. Abraão ficou sabendo com antecedência sobre a destruição de Sodoma e assim pôde interceder por Ló.
II - A relação entre o homem e Deus = Texto: Hebreus 11.6
A autores bíblicos não se preocuparam em provar a existência de Deus por se tratar de algo óbvio para eles e para todos aqueles que crêem. O texto nos deixa claro que muitas pessoas se aproximam de Deus, mas não acreditam nele.
Estão na presença de Deus, mas não sabem ou não querem admitir.
2.1- A importância da fé.
A fé é o primeiro passo em direção a um relacionamento com Deus e à salvação. A fé em outros “deuses” ou ídolos
não terá nenhuma utilidade.
2.2- A importância da busca (Is.55.8).
A fé, em si mesma, não será suficiente se não for transformada em ação (Tg 2.26). Se você acredita na bíblia, leia.
Se você acredita na eficácia da oração, ore. Crer apenas não é suficiente.
2.3- A recompensa dos que crêem em Deus e o buscam.
Deus é o galardoador dos que o buscam, não simplesmente dos que crêem nele. A principal recompensa é viver com Cristo aqui e na eternidade.
Coloque sua fé em ação. Aceite Jesus como salvador e firme o compromisso de obedecê-lo.
III - Escondendo-se de Deus
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10).
Deus está ansioso para que nós o encontremos. Nós estamos ansiosos para que ele nos encontre? Da mesma forma que devemos conhecer a Deus, devemos permitir que ele nos conheça
(1 Coríntios 8:3).
Nosso privilégio não é somente assegurar a vida eterna, mas também permitir que sejamos assegurados por Deus (Filipenses 3: 12). Não devemos apenas buscar a Deus, como também devemos estar cientes de que ele nos busca(Mateus 18: 10-14).
Como Adão e Eva, muitos de nós preferimos nos esconder de Deus. “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim” (Gênesis 3:8). Tendo sido feitos na sua imagem, ainda ansiamos profundamente por Deus. Mas tendo pecado, também estamos envergonhados e com medo. Há uma grande tentação para que nós fujamos.
Falando literalmente, de certo, não há como fugir de Deus. “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”(Hebreus 4: 13). A única questão é de se lidaremos de maneira honrável com a verdade quando Deus nos confronta com isto.
O propósito gracioso de Deus é que cresçamos na santidade, que significa crescer para ser como ele no nosso caráter íntimo. Este crescimento pode ser atingido apenas se aceitarmos a verdade sobre o que ele vê em nós agora e nos entregamos ao seu amor remediador. Tanto o diagnóstico quanto o tratamento provavelmente envolverão dor séria. Mas não deveríamos desejar o que Deus quer de nós tão apaixonadamente quanto desejamos o que queremos de Deus?
Não deveríamos querer crescer em caráter tanto quanto queremos conforto, e santidade tanto quanto queremos a felicidade? Tais coisas boas podem chegar a nós apenas por meio da verdade. Não há outra maneira.
Não há um substituto aceitável para a realidade. “Sonda-me ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23-24). Sem tal honestidade, não há crescimento em direção a Deus.
IV = Podemos Crer na Bíblia?
Os famosos amotinados que afundaram o navio inglês Bounty acabaram se envolvendo com mulheres nativas na solitária ilha de Pitcairn, no Sul do Pacífico. O grupo se constituía de nove marinheiros ingleses, seis homens e dez mulheres provenientes do Taiti, e uma garota de quinze anos. Um dos marinheiros descobriu como destilar álcool, e logo a bebedeira corrompeu a colônia da ilha. Em disputas entre si, os homens e as mulheres daquele lugar se envolveram em lutas muito violentas.
Depois de algum tempo, apenas um dos marinheiros originais que chegaram até a ilha sobreviveu. Esse homem, Alexandre Smith, descobriu uma Bíblia num dos baús provenientes do navio. Ele começou a lê-la e ensinou aos outros o que estava contido ali. Ao fazer isso, sua própria vida foi transformada, e acabou modificando a vida de todos naquela ilha.
Os habitantes daquela ilha ficaram completamente isolados do mundo exterior até a chegada do navio americano Topaz, em 1808. A tripulação desse navio encontrou na ilha uma comunidade muito próspera e bem sucedida, sem presença de uísque, prisão, ou crime. A Bíblia transformou a ilha de um inferno num céu, exemplificando o que Deus queria que o mundo fosse. E assim continua até hoje.
Será que Deus ainda fala às pessoas através das páginas da Bíblia? Ele certamente o faz. Enquanto escrevo isso, estou olhando para uma folha de respostas enviada a nós por um aluno de um dos nossos cursos bíblicos postais. Um recado escrito ao final diz: “Estou na prisão, no corredor da morte, sentenciado a morrer por um crime que cometi. Antes de começar a estudar a Bíblia, eu estava perdido. Mas agora, eu tenho algo a esperar do futuro, e encontrei um novo amor”.
A Bíblia possui um poder que pode verdadeiramente transformar a vida das pessoas. Quando as pessoas sinceramente começam a estudar a Bíblia, as vidas são inevitavelmente transformadas.
V. COMO DEUS NOS FALA PELA BÍBLIA.
Depois de criar Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher da terra, Deus falava com eles face-a-face. Contudo, quando Deus veio visitá-los depois de pecarem, o que o casal fez?
“Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, ESCONDERAM-SE DA PRESENÇA DO SENHOR DEUS entre as árvores do jardim”. Gênesis 3: 8 (A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos da série DESCOBERTAS BÍBLICAS são da Nova Versão Internacional da Bíblia [NVI].).
O pecado interrompeu o contato face-a-face com Deus.
Depois que o pecado entrou no nosso mundo, como Deus passou a se comunicar com as pessoas?
“Certamente o Senhor, o Soberano, não faz coisa alguma sem revelar o seu plano aos seus servos, os profetas”. Amós 3:7
Deus não nos deixou em trevas sobre a vida e seu significado. Através de seus profetas - pessoas que Deus chamou para falar e escrever Suas mensagens ao Seu povo - Ele tem revelado Suas respostas aos grandes questionamentos da vida.
VI. QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
Os profetas transmitiram as mensagens de Deus através da voz e da pena enquanto viviam. Quando morreram, seus escritos continuaram a influenciar as pessoas. Essas mensagens proféticas foram então reunidas, sob a direção de Deus, no livro que chamamos de Bíblia.
6.1 - Mas, podemos confiar no que está escrito na Bíblia?
“Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”. II Pedro 1: 20, 21
Os escritores da Bíblia escreveram não por seu próprio desejo ou vontade, mas apenas em momentos que eram movidos ou inspirados pelo Espírito de Deus. A Bíblia é o próprio Livro de Deus!
Na Bíblia, Deus nos fala sobre Si mesmo e revela Seus propósitos para a raça humana. Ela apresenta a visão de Deus do passado e também revela o futuro, nos dizendo como o problema do mal será finalmente resolvido e como a paz virá ao nosso mundo.
6.2 - Tudo o que a Bíblia contém é mensagem de Deus?
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça. Para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”. II Timóteo 3: 16, 17
A razão pela qual a Santa Bíblia afeta tão profundamente os seres humanos é porque “toda” a Bíblia é um documento inspirado por Deus, é o Livro de Deus. Os profetas relataram o que viram e ouviram em linguagem humana, mas sua mensagem veio diretamente de Deus. Por isso, se você quer saber o sentido da vida, leia as Escrituras Sagradas. Ler a Bíblia transforma sua vida. Quanto mais dedicada e honestamente você a ler, mais paz mental você vai experimentar.
O mesmo Espírito Santo que inspirou os profetas a escrever a Bíblia, fará com que os ensinos bíblicos, o evangelho, sejam eficientes para transformar sua vida se você pedir o acompanhamento do Espírito de Deus durante a leitura da Bíblia.
6.3 - A UNIDADE DA BÍBLIA
A Bíblia na verdade é uma biblioteca constituída de 66 livros. Os 39 livros do Velho Testamento foram escritos no período que vai de 1450 a 400 A.C. Já os 27 livros do Novo Testamento foram compostos entre 50 e 100 A.D.
O profeta Moisés começou a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia um pouco antes de 1400 A.C. O apóstolo João escreveu o último livro da Bíblia, Apocalipse, por volta de 95 A.D. Durante os 1500 anos entre a época que foi escrito o primeiro e o último livro da Bíblia, pelo menos outros 38 escritores inspirados por Deus deram sua contribuição. Alguns eram homens de negócio, outros pastores de ovelha, pescadores, soldados, médicos, pregadores, reis - seres humanos de todas as classes sociais. Além disso, em geral, todos viviam em contrastantes culturas e filosofias.
Mas aqui está a grande maravilha: Quando os 66 livros da Bíblia, com seus 1.189 capítulos, divididos em 31.173 versos, são reunidos, encontramos unidade e harmonia perfeitas na mensagem que apresentam.
Imaginemos que um homem bate à sua porta e, quando convidado a entrar, coloca um pedaço de mármore de determinado formato no chão da sua sala de estar, e então sai sem dizer uma palavra. Outros visitantes aparecem em seguida. No total, cerca de 40 indivíduos aparecem, e cada um coloca um pedaço de mármore numa posição específica.
Quando o último se vai, para sua surpresa você vê que uma maravilhosa estátua está à sua frente. Além disso, você descobre que a maioria dos “escultores” nunca se encontrou, pois eram provenientes de locais da América do Sul, da China, Rússia, África, e outras partes do mundo. O que você concluiria? Que alguém tinha planejado a estátua e tinha enviado a cada homem instruções detalhadas e específicas do que fazer com seu pedaço de mármore.
A Bíblia como um todo comunica uma mensagem coerente - como se fosse uma estátua perfeita de mármore. Uma mente estava por trás de tudo, a mente de Deus. A incrível unidade das Escrituras evidencia que apesar de os pensamentos terem sido escritos por seres humanos, eles foram inspirados por Deus.
6.4 - VOCÊ PODE CONFIAR NA BÍBLIA
(1) A forma como foi preservada a Bíblia é impressionante. Todos os primeiros manuscritos bíblicos foram copiados à mão muito antes de haver grandes impressoras. Os escribas faziam cópias dos manuscritos originais e os distribuíam. Milhares de cópias de tais manuscritos ou de porções dos mesmos ainda existem.
Manuscritos hebreus do Velho Testamento que são datados de 150 a 200 anos antes de Cristo foram encontrados perto do Mar Morto, em 1947. É maravilhoso saber que estes rolos de dois mil anos de idade continham exatamente as mesmas verdades que encontramos no Velho Testamento das Bíblias impressas atualmente. Essa é uma evidência poderosa de quão confiável é a palavra de Deus.
Os apóstolos primeiramente escreveram o Novo Testamento em forma de cartas que foram enviadas para as igrejas cristãs estabelecidas depois da morte e ressurreição de Cristo. Mais de 4.500 manuscritos completos ou de partes do Novo Testamento estão em exposição nos grandes museus e bibliotecas da Europa e América. Alguns deles são datados do segundo século. Comparando-os com as Bíblias de hoje, podemos facilmente ver que o Novo Testamento também permaneceu essencialmente inalterado desde que foi primeiramente escrito.
Atualmente, a Bíblia, ou porções dela, tem sido traduzida para mais de 2.060 línguas e dialetos. Ela é o livro mais vendido do mundo: mais de 150 milhões de Bíblias e porções bíblicas são vendidas a cada ano.
(2) A precisão histórica da Bíblia é impressionante. Muitas descobertas arqueológicas têm confirmado drasticamente a precisão da Bíblia. Os historiadores têm descoberto tabletes de argila e monumentos de pedra que têm trazido luz a nomes, lugares e eventos conhecidos previamente apenas na Bíblia.
Por exemplo, de acordo com Gênesis 11: 31, Abraão e sua família “juntos partiram de Ur dos Caldeus para [ir à terra de] Canaã”. Por estar citada apenas na Bíblia, os escolásticos afirmavam que a cidade de Ur nunca existira. Então, os arqueólogos descobriram uma torre de um templo no sul do Iraque com um cilindro em sua base todo coberto com escrita cuneiforme. Ali estava contido o nome da cidade de Ur. Mais tarde, descobertas revelaram que Ur era uma metrópole bem sucedida de uma civilização altamente desenvolvida. Essa identidade da cidade havia sido esquecida, apenas a Bíblia preservara seu nome, até que a pá dos arqueólogos confirmou sua autenticidade. E Ur é apenas um dos muitos exemplos em que a arqueologia confirma a precisão da Bíblia.
(3) A precisão do cumprimento das predições bíblicas mostra que você pode confiar na Bíblia. A Escritura contém muitas predições impressionantes sobre eventos futuros, que agora estão se cumprindo diante de nossos olhos. Examinaremos algumas dessas profecias entusiasmantes nas lições futuras.
6.5 - COMO ENTENDER A BÍBLIA
Ao explorar a Palavra de Deus, mantenha esses princípios em mente:-
(1) Estude a Bíblia com um coração aberto. Se você meditar nas Escrituras com o coração e a mente abertas através da oração, o estudo se torna um contato pessoal com Jesus
(João 16: 13, 14).
(2) Leia a Bíblia diariamente. O estudo diário da Bíblia é a chave para o poder em nossa vida, um encontro com a mente de Deus ( Romanos 1: 16 ).
(3) Ao lê-la, deixe que a Bíblia fale por si mesmo. Pergunte: o que o escritor bíblico queria dizer? Ao meditar sobre o que um texto significa você poderá aplicá-lo de maneira inteligente à sua vida hoje.
(4) Estude a Bíblia por assunto. Compare texto com texto. Jesus usou este método para provar que Ele era o Messias:
“E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras”. Lucas 24: 27
Ao colocar em seqüência tudo o que a Bíblia tem a dizer sobre um determinado assunto, ganhamos uma perspectiva equilibrada.
(5) Estude a Bíblia para receber o poder para viver por Cristo. A Palavra de Deus é descrita em Hebreus 4: 12 como uma espada afiada de dois gumes. Ela tem mais do que palavras numa página, ela é uma arma viva em nossas mãos para lutar contra as tentações do pecado.
(6) Ouça enquanto Deus fala com você através de Sua Palavra. Se uma pessoa deseja conhecer a verdade bíblica sobre determinado assunto, ele ou ela precisa estar desejoso de seguir o que as Escrituras ensinam (João 7: 17), não o que alguém pensa ou o que é ensinado por alguma igreja.
6.6 - A BÍBLIA PODE MUDAR SUA VIDA.
“A explicação das Tuas [de Deus] palavras ilumina e dá discernimento aos inexperientes”.
Salmos 119:130
Estudar a Bíblia irá fortalecer seu “discernimento”, irá fortalecer você para superar os hábitos destrutivos, e irá capacitar você a se desenvolver física, mental, moral e espiritualmente.
A Bíblia fala ao coração. Ela lida com experiências da humanidade - nascimento, amor, casamento, paternidade e morte. Ela cura as feridas mais profundas da natureza humana, o pecado e a miséria que resulta dele.
A Palavra de Deus não é um livro sobre uma raça, uma era, uma nação ou uma cultura. Apesar de ter sido escrita no Oriente, ela também apela a homens e mulheres no Ocidente. Ela entra em lares de pessoas humildes e em mansões de ricos. Crianças amam suas histórias entusiasmantes. Seus heróis inspiram os jovens. O doente, o solitário e o idoso descobrem nela conforto e esperança para uma vida melhor.
Por Deus atuar através da Bíblia, ela tem grande poder. Ela quebra até mesmo os corações endurecidos contra todas as emoções humanas, amolecendo-os e enchendo-os de amor. Temos visto a Bíblia transformar um bandido e fumante de ópio em um pregador zeloso. Temos visto a Bíblia transformar um mentiroso e enganador num honesto e sincero professor. E temos visto esse Livro agarrar pessoas no limite do suicídio e dar-lhes esperança para recomeçar. A Bíblia produz amor entre inimigos. Ela transforma o orgulhoso em humilde, e o orgulhoso em generoso. A Bíblia nos fortalece em nossas fraquezas, nos anima nos momentos de desânimo, nos conforta no sofrimento, nos guia na incerteza, e nos acalma quando preocupados. Ela nos mostra como viver e morrer sem medo.
O Livro de Deus, a Bíblia, pode transformar sua vida! Você verá isso mais claramente ao continuar estudado as lições deste maravilhoso trimestre.
Por que a Bíblia foi escrita? Jesus responde:- ”Mas estes [verdades bíblicas] foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em Seu nome”. João 20: 31
A maior razão pela qual deveríamos nos tornar familiarizados com as Santas Escrituras é que ela está cheia de imagens que nos revelam Jesus Cristo e que nos asseguram a vida eterna. Ao olhar para Cristo através da Bíblia somos transformados e nos tornamos mais semelhantes a Ele. Assim, por que não começar agora a descobrir o poder da Palavra de Deus que pode tornar você mais semelhante a Jesus?
VII - Deus Ainda Revela Sua Palavra Hoje em Dia?
Dos dias de Adão e Eva até o tempo dos apóstolos, Deus revelava seu plano passo a passo. À medida que Deus revelou cada parte, ele confirmou a mensagem com sinais e milagres. Em Jeremias 31, próximo ao fim da revelação dada no Velho Testamento, Deus prometeu fazer uma nova aliança com seu povo, assim predizendo que ele mandaria a mensagem do Novo Testamento. Esta nova aliança começou a ser anunciada por Jesus.
Ele disse que não deu toda a mensagem por ele mesmo, mas que o Espírito Santo revelaria o restante do evangelho através dos apóstolos (João 16: 12-13). Esta promessa foi, de fato, cumprida, e o evangelho foi completamente revelado e confirmado no primeiro século = (Hebreus 2:3-4).
Mas, e agora? O Novo Testamento já foi dado para nós por completo? Deus ainda está revelando seu plano? Devemos nós esperarmos por uma revelação mais ampla no futuro?
Numerosos grupos afirmam que Deus tem revelado mais mensagens através deles. Os mórmons, por exemplo, ensinam que Joseph Smith recebeu uma tradução inspirada de uma mensagem especial de Deus no século XIX. Esta mensagem foi escrita no Livro do Mórmon e em outros livros e ensinamentos da igreja Mórmon. Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam que Deus revelou mais de sua mensagem através de Ellen G. White nos Estados Unidos há 150 anos atrás. As Testemunhas de Jeová ensinam que a Sociedade Torre de Vigia é o servo de Deus através do qual o Senhor revela suas mensagens para hoje.
A igreja Católica ensina que os pronunciamentos do papa são a revelação de Deus e que a igreja continua a desenvolver e definir as doutrinas do evangelho. Muitas igrejas Pentecostais recebem semanalmente, até mesmo todas as noites, mensagens dos profetas e profetisas, que afirmam ser a revelação da vontade de Deus para as vidas de determinadas pessoas. As pessoas que freqüentam centros espíritas dizem que recebem mensagens especiais de Deus através dos espíritos dos mortos.
A Bíblia nega todas estas afirmações. De acordo com o ensinamento das Escrituras, o Novo Testamento é a última revelação de Deus para o homem e não há mais revelações. Vejamos algumas afirmações das Escrituras.
A Revelação Está Completa:- Jesus prometeu que o Espírito Santo guiaria os apóstolos a toda a verdade (João 16:13). Os apóstolos disseram que eles não deixaram de anunciar nada
(Atos 20: 27) e que Deus tinha dado todas as coisas que pertencem à vida e ao serviço espiritual (2 Pedro 1:3). Os primeiros cristãos conheciam todas as coisas (1 João 2:20,27). Paulo, em Colossenses 2, argumentou vigorosamente que havia perfeição em Cristo no primeiro século. Ele ensinou que Cristo contém todos os tesouros da sabedoria e conhecimento, toda a plenitude da divindade, a verdadeira circuncisão, etc.
Se a perfeição já estava disponível em Cristo no primeiro século, como pode ainda existir mais alguma mensagem para Deus nos revelar? Se a Torre de Vigia, Allan Kardec, ou Ellen G. White podem nos dar uma revelação posterior, então aqueles a quem Paulo escreveu em Colossos não foram realmente completos em Cristo.
As Escrituras que já foram reveladas no primeiro século foram suficientes para completar a alegria do cristão, mantê-lo longe do pecado, dar a ele o conhecimento da possessão da vida eterna, dar a ele a sabedoria para a salvação, ensiná-lo, repreendê-lo, corrigi-lo e instruí-lo na justiça = (1 João 1:4; = 2:1; = 5:13; = 1 Timóteo 3:15; 2 Timóteo 3:16). Através das Escrituras reveladas no primeiro século, o homem de Deus podia ser adequado e preparado para toda a boa obra (2 Timóteo 3:17). O que mais poderia nos prover uma outra revelação hoje em dia?
7.1 - Os Cristãos Devem Segurar. Firme o Evangelho Já Revelado
“Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2 Tessalonicenses 2:15).
“Para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos” (2 Pedro 3:2).
“Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo” (Judas 17).
Estas passagens são muito importantes. Elas indicam que o servo de Deus deve olhar para atrás e ver a mensagem revelada pelos apóstolos e guardá-la, e não ficar à espera de mensagens vindouras. As Escrituras nos encorajam para permanecermos na revelação original e não procurar desenvolvê-la com uma outra revelação do Senhor.
Conclusão
RELACIONAMENTO:- O Espírito Santo capacita os homens a chegarem a Deus por Cristo. Apossar-se da graça de Deus em Cristo não é ato da inteligência humana obscurecida e desvalida. É obra do Espírito Santo. Dele disse nosso Senhor: “…quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo 16.8). E de Cristo lê- se: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”(Jo 14.6b). Há, portanto, um verdadeiro relacionamento entre as três pessoas da Divindade, O Espírito Santo capacita o homem a apossar-se de Cristo para salvação.
Ninguém pode dizer que Jesus Cristo é Senhor, senão pelo Espírito Santo (1 Co 12.3 e ss). Assim sendo, o Espírito Santo, Cristo e o Pai, estão bem relacionados, pois onde o Espírito Santo está, aí está Cristo; e o que o Espírito Santo faz, também o faz Cristo.
O Espírito tanto é chamado o “Espírito de Cristo” como o “Espírito de Deus”(Rm 8.9). O Senhor é Espírito (2 Co 3.17,18). Cristo está presente no Espírito e através do Espírito
(Mt 18.20; = 28.19; = J0 14.16,18).
a. Outro aspecto de relacionamento. Outro aspecto da matéria: o Espírito cria em nossos corações o espírito de filiação para com Deus. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).Ele nos leva a reconhecermos que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8.17). Tal consciência ou convicção jamais viria até nós senão por obra do Espírito de Deus operando em nós. Com efeito, cada qual destes, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, é reconhecido na Bíblia e na experiência cristã como Deus, e não obstante distintos entre si ( Jo 1.1; = At 5.3,4; = Rm 9.5; = Ef 1.3,17).
Precisamos reconhecer que o que conhecemos de Deus é bem pouco.
Precisamos investir na busca de intimidade com Deus. Isto inclui conhecimento da palavra, obediência, oração, jejum, etc. Assim avançaremos no conhecimento do próprio Deus e nos tornaremos aptos para o ministério, para que possamos ter um relacionamento pessoal com Deus. Amém
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS
Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
4° Trimestre 2008 - Tema: 2º Lição – O Deus que se Comunica com os Homens
Bibliografia:-
Bíblia de Estudo Pentecostal Edição 1995
Bíblia de estudo Genebra 2 Edição 1993
Bíblia de estudo Profecias 2001
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia 24 Edição por Myer Pearlman
Quem é Deus? Severino Pedro da Silva
http://www.geocities.com/ – Prof. Anísio Renato de Andrade